A arte é o resultado do sentimento do artista. O artista é o centro da arte. E, na minha opinião, a maior parte dos negócios criativos não vendem arte, mas, sim, produtos artísticos. Isso quer dizer que, nesse caso, há a necessidade de outra pessoa a ser levada fortemente em consideração. E, se é o seu caso, reflita: você considera isso quando vai criar algo novo para sua marca?
A curva desse aprendizado só ascendeu, para mim, depois de muito desperdício de tempo e matéria-prima. No começo da @soeparaiba era natural que minha alma artística quisesse devanear em mil ideias, mas essas ideias muitas vezes não criavam um produto que fosse bom para o cliente e rentável para nossa marca.
Eu não entendia, à época, que, para um produto funcionar (vender) – além de muitos aspectos subjetivos –, eram necessários parâmetros mínimos de conforto, aparência, custo e por aí vai. E, ter isso em mente, me ajudou a repensar o processo criativo da Soé.
E como fazer?
Para começar, consultamos nossas clientes e anotamos suas percepções sobre brincos e acessórios no geral. Assim, descobrimos o tamanho médio, peso e os formatos que são mais atrativos para elas, de modo geral. Com isso, criamos parâmetros que passaram a nortear nossas decisões e, desde que eles fossem levados em conta, o resto seria o campo livre para a criatividade agir.
Foi um alívio! Continuamos trabalhando de maneira muito artesanal, com peças que são desenhadas e feitas à mão, que tem todo o pano de fundo artístico que torna cada uma realmente única. Mas reduzimos consideravelmente nossos erros, trazendo coleções com produtos que cumprem seu papel de conectar nossas clientes à Paraíba. Coisa que nenhuma peça parada na prateleira pode fazer.
O nosso trabalho precisa passear, girar, repousar nas orelhas, levar a mensagem e por isso é tão importante ser efetivo. Tem a ver com vender bem, claro, mas também com nossa missão – Maria Livia Cunha é jornalista e uma das criadoras da Soé.
Instagram: @soeparaiba