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Alckmin garante apoio a exportadores afetados por tarifaço de Trump

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou no último sábado (16) que as medidas de apoio às empresas atingidas pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos não representarão ...
Eliseu Lins, da Agência NE9
18 de agosto de 2025 - às 06:58
Atualizado 18 de agosto de 2025 - às 06:58
3 min de leitura
ALCKMIM FALANDO
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, toma posse como ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), no Palácio do Planalto.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou no último sábado (16) que as medidas de apoio às empresas atingidas pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos não representarão novos gastos para a União.

De acordo com o Alckmin, os recursos liberados pelo governo são valores que já pertencem aos exportadores, apenas antecipados para reduzir prejuízos causados pelo chamado tarifaço norte-americano.

“O que estamos fazendo é antecipar algo que vai ser devolvido. Recursos que não pertencem ao governo”, disse Alckmin, durante visita a uma concessionária em Brasília para acompanhar o programa Carro Sustentável, que concede descontos em veículos menos poluentes.

Plano Brasil Soberano

As medidas fazem parte da Medida Provisória (MP) Plano Brasil Soberano, enviada ao Congresso na última quarta-feira (13). O pacote prevê R$ 30 bilhões em apoio a exportadores e trabalhadores afetados.

Entre os instrumentos adotados estão o Drawback e o Novo Reintegra, que, de acordo com o vice-presidente, não configuram novas despesas fiscais, mas a devolução de créditos já existentes.

Como funcionam os mecanismos:

MedidaO que éBenefício para empresasSituação atual
DrawbackSuspensão de tributos sobre insumos importados usados na produção de exportadosProrrogação de 1 ano no prazo para exportar mercadorias destinadas aos EUAPermite que empresas busquem novos mercados sem pagar multa
Novo ReintegraIncentivo fiscal que devolve impostos indiretos acumulados na cadeia produtivaRestituição de 3% do valor do produto exportado em créditos tributáriosAjuda a reduzir custos e aumentar competitividade no mercado externo

Sem impacto nas contas públicas

Alckmin explicou que, embora a Constituição determine a isenção tributária para exportações, os produtos brasileiros acumulam impostos durante a produção. Com o Reintegra, parte desse resíduo tem devolução ao exportador.

“Quando eu exporto um automóvel, não pago imposto de exportação, mas já paguei tributos no aço, nos pneus e no vidro. Esses valores precisam ser devolvidos. Estamos apenas antecipando essa restituição”, ressaltou.

Expectativa de aprovação

O vice-presidente também destacou a necessidade de rapidez na tramitação da MP no Congresso. A medida já está em vigor, mas precisa ter aprovação em até 120 dias para não perder validade.

“Temos a expectativa de que isso seja feito rapidamente, porque um projeto está vinculado ao outro. O Legislativo tem um papel importante, que é o de dar uma resposta ágil ao setor produtivo”, concluiu Alckmin.

Portanto, com o Plano Brasil Soberano, o governo aposta em uma solução de baixo impacto fiscal para dar fôlego imediato aos exportadores afetados pelas tarifas dos EUA. A antecipação de créditos via Novo Reintegra (3%) e a prorrogação do Drawback por um ano funcionam como um colchão de liquidez para preservar empregos, margens e competitividade no curto prazo.

No entanto, a eficácia do pacote depende de aprovação célere no Congresso (em até 120 dias) e de regulamentação ágil para que os recursos cheguem à ponta sem burocracia.

Afinal, com esses passos, a indústria tende a mitigar perdas, ganhar previsibilidade e manter planos de investimento, enquanto o setor externo se ajusta ao novo cenário tarifário.

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Eliseu Lins

Eliseu Lins é baiano de nascimento e paraibano de coração. Jornalista formado na UFPB, tem mais de 20 anos de atuação na imprensa do Nordeste. É pós-graduado em jornalismo cultural e ocupa o cargo de editor-chefe do NE9 desde 2022.