A ONG cearense Aquasis está em uma verdadeira saga para trazer de volta para casa um peixe-boi nordestino. Trata-se de Tico, que atualmente se encontra na Venezuela desde 2022. Ele está lá após ter se afastado do litoral cearense.
Agora, a ONG busca apoio dos órgãos públicos brasileiros para garantir um transporte seguro e reintegrá-lo ao programa de conservação, reforçando a biodiversidade marinha do nosso Nordeste.
A Jornada de Tico: Do Resgate à Repatriação
Tico foi resgatado ainda recém-nascido e passou sete anos em reabilitação no Centro de Reabilitação de Mamíferos Marinhos da Aquasis, localizado em Caucaia, Ceará. Após o período de reabilitação, Tico foi solto em 2022. Equipado com um transmissor de monitoramento para facilitar sua localização.
Contudo, ele rapidamente se afastou do litoral e acabou indo para costa de Tobago, sendo mantido na Venezuela.
Desde então, a Aquasis mobilizou-se para trazer Tico de volta, iniciando campanhas nas redes sociais, incluindo o movimento #VoltaTico. Em julho de 2024, a ONG anunciou a obtenção da licença necessária para o retorno do animal ao Brasil.
Contudo, a operação ainda enfrenta desafios, principalmente na garantia de um transporte seguro dentro do país.
A Importância do Retorno de Tico
Especialistas destacam que o retorno de Tico é crucial, pois as populações de peixes-boi nas áreas onde ele se encontra atualmente apresentam diferenças genéticas em relação às do Brasil.
Isso pode levar a consequências negativas a médio prazo, caso haja reprodução entre esses grupos.
Além disso, o retorno de Tico contribuirá para o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos brasileiros e para a preservação de uma espécie criticamente ameaçada de extinção, com uma população estimada de apenas 1.100 indivíduos no Brasil.
A Aquasis destaca que, apesar da obtenção da licença, ainda não há uma aeronave assegurada para o transporte de Tico dentro do Brasil, o que torna urgente a colaboração dos órgãos públicos para que o peixe-boi possa retornar ao Ceará.
“Trazer Tico de volta é essencial para que ele possa ser reintegrado ao programa de conservação da espécie no Brasil e, com uma nova soltura, desempenhar seu papel ecológico na natureza”, enfatizou a ONG em nota oficial.
Foco na sutentabilidade
Fundada com o propósito de proteger espécies ameaçadas e promover o desenvolvimento sustentável das comunidades locais, a Aquasis atua em parceria com lideranças comunitárias e órgãos públicos.
LEIA TAMBÉM:
– Cidade do Nordeste registra 2 tremores de terra em 12 horas
– Salário mínimo: Governo aumenta ainda mais valor para 2025
– Como um estado do Nordeste quer gerar 10 mil novos empregos
– Nordeste tem a “melhor safra” de governadores de sua história
Seus projetos abrangem educação ambiental, resgate e reabilitação de espécies, monitoramento da biodiversidade, conservação de ecossistemas e apoio a políticas públicas.
A ONG se destaca pelo seu compromisso com ações integradas e participativas. Desse modo, sempre buscando sempre a preservação ambiental e o engajamento da sociedade na defesa da natureza.
O retorno de Tico é mais do que um simples resgate: é um marco na luta pela preservação da vida marinha e um chamado à ação coletiva para proteger nosso patrimônio natural.
Com o apoio necessário, Tico estará em breve de volta ao seu verdadeiro lar, contribuindo para um oceano mais saudável e biodiverso.