Estudo revela as cidades do interior do Nordeste que mais geram emprego

Mirar o mercado exterior também pode gerar ainda mais emprego e renda.

Um novo boletim divulgado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) revela um retrato otimista para o mercado de trabalho na região em 2024. Intitulado Boletim Temático Emprego e Rendimento, o estudo aponta que o Nordeste concentrou 17% do total de empregos formais do Brasil neste ano. A princípio, o destaque para cidades do interior que registram crescimentos consistentes em diferentes setores econômicos.

Entre os municípios de médio porte que mais geram empregos estão Feira de Santana (BA), Campina Grande (PB), Petrolina (PE) e Caruaru (PE). Essas cidades possuem entre 50 mil e 300 mil empregos formais. Ao mesmo tempo, vêm se consolidando como polos regionais graças a fatores como a expansão de universidades federais e estaduais, oferta de mão de obra qualificada e melhorias na infraestrutura urbana.

De acordo com Miguel Vieira Araújo, economista da Sudene, “uma das questões-chave que respalda este crescimento é a expansão da rede de institutos e universidades, o que atrai investimentos e qualifica a população local”.

Comércio e serviços lideram geração de empregos

Os setores de comércio e serviços lideram a criação de empregos nessas cidades. O destaque vai para Imperatriz (MA) e Juazeiro do Norte (CE). Juntos representam 81% dos empregos formais — acima da média nacional (71%) e da regional (72%). Campina Grande (PB), Feira de Santana (BA) e Caruaru (PE) seguem o mesmo padrão. Já Petrolina (PE) apresenta um perfil singular. Isso porque a fruticultura é responsável por 30% dos empregos, elevando o setor agropecuário a um papel central em sua economia.

fruticultura baiana
A fruticultura é o principal gerador de empregos em diversas cidades como Petrolina. Foto: Ascom/Seagri

Outro dado relevante é o crescimento de empregos industriais em cidades como Vitória da Conquista (BA) e Caruaru (PE), que têm 19% e 20% de suas vagas no setor, respectivamente. Isso mostra que a diversificação produtiva e as diferenças entre os territórios nordestinos demandam políticas públicas customizadas.

Além disso, a renda média real no Nordeste em 2024 foi de R$ 2.676,18 — o equivalente a 72% da média nacional (R$ 3.706,90). Estados como Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Alagoas registraram os maiores avanços na geração de empregos, com crescimentos que variaram entre 4,9% e 7,3%.

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Cidades do interior do Nordeste com mais empregos formais em 2024

CidadeEstadoEmpregos Formais (2024)Setores de Destaque
Feira de SantanaBA142.479Comércio e serviços (74%)
Campina GrandePB106.776Comércio e serviços (78%)
PetrolinaPE84.043Agropecuária (30%), serviços (33%), comércio (24%)
Vitória da ConquistaBA81.666Comércio e serviços (70%), indústria (19%)
CaruaruPE81.619Comércio e serviços (73%), indústria (20%)
MossoróRN76.156Comércio e serviços (72%)
ImperatrizMA59.588Comércio e serviços (81%)
Juazeiro do NorteCE51.620Comércio e serviços (81%)

Em suma, a movimentação do mercado de trabalho no Nordeste confirma a importância de investir nas cidades do interior como motores de desenvolvimento. Com políticas bem direcionadas e estímulo aos setores estratégicos, essas regiões podem seguir gerando empregos, reduzindo desigualdades e fortalecendo suas economias locais.

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