Sendo a primeira região colonizada do país ainda no século XVI, o Nordeste possui uma grande riqueza cultural influenciada por africanos, europeus e indígenas que, para além de suas manifestações folclóricas e populares, possui grande contribuição para a cultura nacional no campo da culinária, dança, literatura e música.
Você sabia que, em 2 de agosto, se comemora o começo da semana da cultura nordestina? Em lembrança à morte de Luiz Gonzaga do nascimento em 1989, o rei do baião conhecido por suas composições que descreviam a pobreza, as tristezas e as injustiças do sertão, compositor de Asa Branca, um clássico da música popular brasileira, é considerado até hoje uma das mais importantes e criativas figuras da representação nordestina e brasileira.
Para comemorar a semana da cultura nordestina, escolhemos 5 filmes que representam a vivência do nordeste brasileiro em suas respectivas épocas.
FILMES QUE REPRESENTAM O NORDESTE
O PAGADOR DE PROMESSAS (1962)
Nordeste
O Pagador de Promessas. | Foto: Reprodução.
Na década de 60, no interior da Bahia, um homem humilde, ao ver seu único amigo, um burro, adoecer, promete a uma mãe de santo repartir o terreno em que mora entre os mais pobres e carregar uma cruz de madeira até a igreja de Santa Barbara, em Salvador, se o animal melhorar. Quando seu amigo melhora, prepara-se para cumprir sua promessa.
Até hoje foi o único filme brasileiro a conquistar o prêmio máximo do Festival de Cannes: a Palma de Ouro. Baseado na peça teatral escrita por Dias Gomes que, dez anos depois do lançamento do filme, foi publicada em formato de livro.
Dirigido por Anselmo Duarte e considerado um dos maiores clássicos do cinema brasileiro, o filme teve duas releituras posteriores.
VIDAS SECAS (1963)
vidas secas
Baseado no livro de mesmo nome escrito em 1938, por Graciliano Ramos, o longa dirigido por Nelson Pereira dos Santos retrata, em seus 103 minutos, a vida de uma família de retirantes, que pressionados pela seca, atravessam o sertão seguindo um rio seco em busca de melhores condições de sobrevivência.
Filmado em Palmeira dos Índios, em Alagoas, Vidas Secas rendeu controvérsias devido a cenas de morte bastante realistas para a época. Quando exibido no Festival de Cannes, em 1964, o público impressionado acusou a produção do filme de sacrificar animais de verdade durante as filmagens.
Na Itália, em 1963, Vidas Secas foi considerado o melhor filme daquele ano em Gênova, um ano depois no Festival de Cannes, recebeu o Prêmio do OCIC e o Prêmio dos cinemas de arte e foi indicado ao Grand Prix (Palma de Ouro).
O AUTO DA COMPADECIDA (2000)
O Auto da Compadecida
Dirigido por Guel Arraes e baseado nas peças teatrais O Santo e a Porca, Torturas de um Coração e O Auto da Compadecida, adaptado da minissérie homônima lançada um ano antes, O Auto da Compadecida narra, no início dos anos 30, a história de dois homens pobres que, como consequência de organizar o enterro de uma cadela, encontram-se com o Diabo, Nossa Senhora e Jesus Cristo no céu.
A comédia dramática recebeu a maior bilheteria do ano de lançamento com mais de dois milhões de ingressos vendidos, recebeu o prêmio de melhor diretor, melhor roteiro, melhor lançamento e melhor ator durante o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, recebeu o Prêmio da audiência no Miami Brazilian Film Festival e o de melhor ator no Viña del Mar Film Festival.
O SOM AO REDOR (2012)
região Nordeste
Filmado em Recife e Zona da Mata de Pernambuco, com elenco majoritariamente pernambucano, O Som ao Redor retrata como a chegada de uma milícia muda a rotina dos moradores de um bairro de classe média em Recife.
Sendo o primeiro longa-metragem do diretor Kleber Mendonça Filho e denominado por muitos como um filme de cangaço moderno, recebeu mais de dez prêmios, entre eles nove de melhor filme. Entrou na lista de 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Em 2013, foi escolhido como a indicação brasileira no Oscar na edição de 2014. No entanto, ficou fora da pré-seleção da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
AQUARIUS (2016)
Aquarius
Uma jornalista e escritora aposentada é pressionada a vender seu apartamento de frente para a praia a uma construtora que deseja demolir o prédio para construir um edifício mais moderno. Recusando-se, começa a sofrer assédios da construtora e do responsável pelo projeto do novo edifício.
Estreando em 17 de maio de 2016, no Festival de Cannes, rendeu polêmicas devido ao protesto feito pelo elenco e equipe no tapete vermelho do festival, questionando o processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Na revista Continente, Ângela Prysthon define o filme de Kleber Mendonça Filho como “uma tentativa de ruptura com certo padrão de caracterização regional que tenderia ao folclórico e ao caricatural”. Indicado a mais de 70 premiações, recebeu cerca de 40.
FONTE: Fala! Centro Universitário Famet // TEXTO: Samuel Pimentel Costa