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ZPE Ceará: a zona franca que eleva o Nordeste no cenário global de investimentos

Reconhecimento internacional e marco para o Ceará A ZPE Ceará alcançou uma importante conquista internacional: foi eleita melhor zona franca do mundo na edição 2025 do prêmio fDi Intelligence (ligada ao jornal britânico Financial Times). ...
Eliseu Lins, da Agência NE9
23 de novembro de 2025 - às 03:20
Atualizado 23 de novembro de 2025 - às 03:20
4 min de leitura

Reconhecimento internacional e marco para o Ceará

A ZPE Ceará alcançou uma importante conquista internacional: foi eleita melhor zona franca do mundo na edição 2025 do prêmio fDi Intelligence (ligada ao jornal britânico Financial Times). Além disso, conquistou o título de Global Industrial Free Zone of the Year, o que confirma sua liderança no segmento industrial.

O júri destacou especificamente aspectos como a estratégia diversificada de atração de investidores, o crescimento do espaço ocupado, a geração de empregos diretos e a construção de confiança com stakeholders locais.

O que é a ZPE Ceará e onde está localizada

A ZPE Ceará está instalada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), no litoral do Ceará, entre os municípios de São Gonçalo do Amarante e Caucaia, a cerca de 60 km de Fortaleza.

Fundada em 2010, a ZPE iniciou operações em 2016 e conta atualmente com uma área de aproximadamente 6.182 hectares destinada a investimentos.

As empresas que se instalam na ZPE usufruem de tratamento tributário, cambial e administrativo especial, conforme a Lei 11.508/2007, por se tratarem de zonas orientadas à exportação.

Principais números e atuação

  • Desde o início de suas operações, a ZPE Ceará já movimentou mais de 95 milhões de toneladas de carga.
  • Em novembro de 2025 foi confirmado que a ZPE atraiu R$ 571 bilhões em investimentos aprovados por novos projetos, com potencial de gerar mais de 30 mil empregos diretos.
  • A ZPE integra setores industriais como siderurgia (ex: Companhia Siderúrgica do Pecém), equipamentos eletroeletrônicos, metalu­rgia, alimentos, além de atuar como hub para hidrogênio verde.

Potencial de impacto para o Nordeste

1. Desenvolvimento regional

Ao atrair grandes projetos industriais e logísticos, a ZPE Ceará fortalece o polo industrial no Nordeste, gerando emprego, renda e impacto em cadeias produtivas locais.

2. Exportações e logística internacional

Com integração ao Porto do Pecém, que tem localização estratégica para exportações marítimas, a ZPE facilita o escoamento de mercadorias e posiciona a região como porta de entrada para o mercado global. Wikipédia+1

3. Economia verde e inovação

Projetos de hidrogênio verde, datacenters com energia renovável e infraestrutura para novas tecnologias estão sendo instalados, o que torna a ZPE também um vetor de modernização para o Nordeste.

4. Atração de investimento estrangeiro

O reconhecimento internacional reforça a credibilidade para investidores estrangeiros, o que pode ativar ainda mais capital para a região — criando efeito multiplicador em outros estados do Nordeste.

Desafios e perspectivas

Apesar dos avanços, a ZPE Ceará ainda precisa consolidar totalmente os seus projetos, garantir que os empregos e os benefícios se espalhem por toda a região, e sustentar o ritmo de investimentos em meio a conjunturas nacionais e internacionais. Um relatório de avaliação de impacto aponta que “a expansão das exportações não garante por si só efeitos positivos” sem políticas complementares de capacitação e integração local.

No horizonte, a meta é estender ainda mais a atuação da ZPE, vincular novas cadeias industriais, ampliar conexões logísticas e tornar-se um modelo de zona franca que vai além da exportação de cargas — incluindo serviços e tecnologias.

Com o título de “melhor zona franca do mundo” em 2025, a ZPE Ceará se firma como protagonista no eixo Brasil–Nordeste para investimentos, exportações e economia de futuro. Para o Nordeste, isso representa uma oportunidade concreta de transformação industrial, geração de oportunidades e integração com a economia global. A pergunta agora não é se os projetos virão — mas quão rápido e eficaz será o impacto sustentável que produzirão na região.

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Eliseu Lins

Eliseu Lins é baiano de nascimento e paraibano de coração. Jornalista formado na UFPB, tem mais de 20 anos de atuação na imprensa do Nordeste. É pós-graduado em jornalismo cultural e ocupa o cargo de editor-chefe do NE9 desde 2022.