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Você sabe qual é o estado mais velho do Brasil?

Pernambuco foi criado em 1534 como capitania hereditária, mas a Bahia, fundada em 1549, sediou o primeiro Governo-Geral do Brasil. Descubra qual é o estado mais velho e por que essa disputa histórica ainda gera debates.
Eliseu Lins, da Agência NE9
25 de agosto de 2025 - às 04:12
Atualizado 25 de agosto de 2025 - às 04:12
4 min de leitura

Entenda a disputa entre Pernambuco e Bahia

Afinal, qual é o estado mais velho do Brasil? A resposta não é tão simples quanto parece. Oficialmente, a Capitania de Pernambuco foi criada em 1534, antes mesmo da fundação de Salvador, na Bahia, em 1549. No entanto, como Salvador foi a primeira capital e sede do Governo-Geral, muitos consideram a Bahia como o berço político do Brasil. Essa disputa histórica continua despertando curiosidade e discussões até hoje.

Salvador Foto Marcio Filho Mtur
Salvador Foto Marcio Filho Mtur

Pernambuco: a primeira capitania hereditária (1534)

O sistema de capitanias hereditárias foi implantado pela Coroa Portuguesa em 1534 para incentivar a colonização do território brasileiro. Entre as capitanias, a de Pernambuco se destacou pela rápida prosperidade.

  • Foi doada a Duarte Coelho Pereira, que chegou em 1535.
  • Fundou a Vila de Olinda, que se tornou capital regional.
  • O porto do Recife ganhou força, servindo de entreposto comercial e militar.
  • A região logo se consolidou como polo produtor de açúcar, com forte uso de mão de obra escravizada.

Graças a essa prosperidade econômica, Pernambuco é considerado por muitos historiadores o estado mais antigo do Brasil.

Patio do Carmo foto visit Recife reprodução
Patio do Carmo foto visit Recife reprodução

Bahia: o primeiro Governo-Geral (1549)

Se Pernambuco nasceu antes, a Bahia ganhou relevância por outro motivo. Em 1549, o rei de Portugal nomeou Tomé de Souza como primeiro governador-geral e determinou a fundação de Salvador, escolhida para ser a primeira capital do Brasil.

  • Salvador foi o centro administrativo, político e militar da Colônia.
  • Tornou-se o principal porto para entrada de africanos escravizados.
  • Serviu como capital brasileira por mais de 200 anos, até a transferência para o Rio de Janeiro em 1763.

Por esse papel estratégico, muitos registros e livros didáticos tratam a Bahia como o “estado mais velho”, associando antiguidade à centralidade política.

Por que existe essa divergência?

A resposta depende do critério usado:

  • Critério cronológico: Pernambuco (1534) é a capitania mais antiga, criada 15 anos antes da fundação de Salvador.
  • Critério político-administrativo: Bahia (1549) foi a sede do Governo-Geral, tornando-se o centro do Brasil Colônia.

Ou seja, ambos têm legitimidade para reivindicar o título de estado mais velho, cada um com base em sua relevância histórica.

Legado histórico e cultural

  • Pernambuco: precursor da economia açucareira, palco de revoltas importantes como a Revolução Pernambucana de 1817 e de movimentos culturais como o frevo e o maracatu.
  • Bahia: referência cultural com forte herança africana, berço de movimentos de resistência como a Revolta dos Búzios (1798), além de tradições religiosas e festas como o Carnaval e a Lavagem do Bonfim.

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Pernambuco x Bahia

Estado/CapitaniaAno de criaçãoMarco histórico principalImportância histórica
Pernambuco1534Capitania de Duarte Coelho; fundação de Olinda (1535) e crescimento do RecifePrimeira capitania próspera e mais antiga do Brasil
Bahia1549Fundação de Salvador; instalação do Governo-GeralPrimeira capital e centro político da Colônia

O título de estado mais velho do Brasil depende do olhar histórico:

  • Se o critério for a data de criação, Pernambuco leva a dianteira (1534).
  • Se o critério for a relevância política, a Bahia ganha destaque (1549).

Portanto, mais do que uma disputa, o fato é que Pernambuco e Bahia foram fundamentais na formação do Brasil, cada um com papel singular na economia, política e cultura do país.

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Eliseu Lins

Eliseu Lins é baiano de nascimento e paraibano de coração. Jornalista formado na UFPB, tem mais de 20 anos de atuação na imprensa do Nordeste. É pós-graduado em jornalismo cultural e ocupa o cargo de editor-chefe do NE9 desde 2022.