Trabalho segue até o início de março, aos sábados e domingos, com o objetivo de evitar as doenças transmitidas por alimentos
A partir deste sábado (4), às 8h, a Vigilância Sanitária (Visa) da Prefeitura do Recife retomará as fiscalizações do comércio de alimentos na orla da cidade. As inspeções serão nos bairros de Boa Viagem, Pina e Brasília Teimosa, com o objetivo de evitar a ocorrência de doenças transmitidas por alimentos, neste verão. Além dos profissionais da Secretaria de Saúde, o trabalho contará com a parceria de fiscais da Diretoria Executiva de Controle Urbano (Dircon) e de policiais militares.
As fiscalizações acontecerão aos sábados e domingos, durante os meses de janeiro e fevereiro, período de maior circulação de pessoas nas praias, assim como acontece entre outubro e novembro. Os inspetores da Visa percorrerão a faixa de areia e também o calçadão para inspecionar a qualidade dos alimentos comercializados tanto pelos ambulantes quanto nos quiosques.
Durante as abordagens aos comerciantes, os profissionais realizam, principalmente, orientações educativas. “Quando identificamos produtos impróprios para o consumo, explicamos ao vendedor o motivo pelo qual a mercadoria está sendo apreendida, e, na mesma hora, orientamos sobre como ele deve fazer para levar o produto para vender, na próxima vez”, explica Daniele Feitosa, gerente de Vigilância Sanitária do Recife.
“O tipo de informação que vamos passar para o comerciante depende do produto que ele esteja vendendo, mas é, principalmente, sobre como e qual a temperatura ideal para armazenar o alimento e qual o tipo de recipiente onde deve ser guardado, por exemplo”, completa Daniele.
Os inspetores também aproveitam para explicar aos banhistas e frequentadores da praia sobre o trabalho realizado pela equipe de Vigilância Sanitária e os cuidados que devem ter na hora de comprar alimentos na praia.
ORIENTAÇÕES – Uma das principais orientações diz respeito à temperatura dos alimentos e a forma correta de acondicionamento dos mesmos, para protegê-los de poeira, saliva e insetos, por exemplo; outra recomendação é de que os comerciantes utilizem roupas limpas, de preferência de cor clara, e de que prendam o cabelo com touca, lenço ou boné.
Além disso, o gelo deve conter selo sanitário de autorização; molhos devem ser oferecidos obrigatoriamente em sachês; embutidos e carnes precisam ser mantidos refrigerados; espetinhos, inclusive de queijo coalho, têm de ser industrializados, e ter o registro dos órgãos competentes; frutas e verduras devem ser levadas já cortadas e guardadas em recipientes com tampas. Materiais de vidro também não devem ser utilizados.
Muito procurados nas praias, os caldinhos devem ser levados para a venda em garrafas térmicas, para ficar aquecidos, e os ingredientes (ovo de codorna, milho, ervilha etc) devem ficar em potes fechados e refrigerados. A mesma orientação vale para os sanduíches, sendo o ideal que estejam bem acondicionados para preservar os ingredientes. Os camarões devem ser vendidos em caixas térmicas, evitando exposição ao sol. Quem for comprar ostras, por se tratar de um produto altamente perecível e que absorve tudo que tem na água para se alimentar, é importante que o consumidor saiba a origem do molusco e observe se estão bem acondicionadas, em caixas térmicas fechadas e com gelo.
CONTROLE URBANO – Durante todo o ano, profissionais da Diretoria Executiva de Controle Urbano (Dircon) fiscalizam a orla de Boa Viagem para manter o ordenamento de toda a praia. O comércio informal e a ocupação dos barraqueiros são o foco das ações diárias, que também tem como objetivo dar mobilidade e conforto ao banhista.
Desde o início da gestão, a Prefeitura do Recife realiza intervenções para melhoria da orla de Boa Viagem. Cada um dos sete espaços determinados pela pasta tem entre 10 e 20 metros, onde podem ser distribuídos os guarda-sóis e as cadeiras dos barraqueiros. Após a ação de ordenamento, foram designados espaços livres na faixa de areia, para que os banhistas possam usufruir da praia sem, necessariamente, se instalar em alguma barraca.
DADOS – Em 2019, foram notificados quase 21 mil casos de doenças diarreicas agudas de residentes no Recife, 18% a mais que em 2018, quando foram registrados cerca de 17 mil casos. Na capital pernambucana, a Monitorização das Doenças Diarreicas Agudas (MDDA) é realizada por 26 unidades de saúde sentinelas, distribuídas nos oito Distritos Sanitários. Os dados não representam o total de atendimentos na cidade, mas são importantes para detectar, precocemente, mudanças no comportamento das doenças diarreicas agudas nas áreas monitoradas.