A venda de veículos automotores novos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) no Brasil totalizou 243,2 mil unidades em setembro de 2025, uma alta de 2,9% em relação ao mesmo mês de 2024. Os dados foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta quarta-feira (8).
A produção nacional acompanha esse movimento, com 243,4 mil unidades fabricadas, avanço de 5,8% ante setembro do ano passado. As exportações também tiveram crescimento expressivo, atingindo 52,5 mil unidades — alta de 26,2% no comparativo anual. Já as importações chegaram a 42,4 mil unidades, recuo de 0,4% em relação a setembro de 2024.
No acumulado de 2025 (janeiro a setembro), foram vendidos 1,91 milhão de veículos, aumento de 2,8% frente ao mesmo período de 2024. A produção acumulada atingiu 1,98 milhão de unidades, alta de 6%. As exportações somaram 430,8 mil veículos — salto de 51,6% — e as importações alcançaram 355,6 mil unidades, com crescimento de 10,4% no comparativo anual.
Como está o Nordeste no mercado automotivo?
Embora os dados divulgados sejam nacionais, o Nordeste tem papel crescente no setor automotivo, tanto em demanda quanto em perspectivas de expansão. A região, historicamente com menor poder aquisitivo e menor densidade de frota per capita, tem apresentado crescimento nas vendas de veículos novos proporcionalmente maior que algumas regiões mais maduras.
Segundo levantamento do Denatran/Senatran, os estados nordestinos estão entre os que mais ampliaram suas frotas nos últimos anos (incluindo automóveis, utilitários, ônibus e caminhões). Também figuram entre os estados com crescimento de emplacamentos, à medida que renda, crédito e infraestrutura melhoram.
No Nordeste, capitais como Salvador, Recife, Fortaleza e João Pessoa têm observado maior interesse por modelos compactos, elétricos e híbridos, acompanhando tendências nacionais de mobilidade urbana e sustentabilidade. O crescimento nos estados nordestinos tende a ser um dos vetores de alta nacional nos próximos meses, se crédito e oferta de modelos continuarem favoráveis.

Fatores que impulsionaram o desempenho e desafios à frente
Principais motivações para o crescimento
- Melhora no crédito automotivo: linhas de financiamento com juros menores e prazos mais longos têm estimulado consumidores.
- Retomada econômica: recuperação da atividade, emprego e renda aumentam o poder de compra das famílias.
- Exportações aquecidas: a alta de 51,6% nas exportações reforça a demanda externa e fortalece a produção nacional.
- Ajustes logísticos e industriais: fabricantes têm investido em capacidade produtiva, parcerias regionais e modernização das linhas de montagem.
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Desafios persistentes
- Custo dos insumos e logística: altíssimo custo de matérias-primas importadas, componentes eletrônicos e transporte impacta o valor final dos veículos.
- Crédito restrito para públicos de menor renda, o que limita o alcance em regiões com menor densidade econômica, como parte do Nordeste.
- Discrepância regional: regiões com menor infraestrutura de revenda, assistência técnica e rede de concessionárias podem enfrentar dificuldade para absorver o crescimento de vendas.
- Desaceleração do segmento pesado: caminhões, considerados mais sensíveis à oscilação econômica, têm sofrido para manter os níveis de produção.
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