A companhia brasileira Noxis Energy obteve, no último mês, a licença ambiental prévia para a implantação de uma refinaria de pequeno em Sergipe. A refinaria ocupará uma área de 500 mil metros quadrados, situada em uma região portuária, com localização estratégica tanto para receber o petróleo quanto para fornecer o combustível
Mais uma vez, Sergipe foi destaque no Jornal Valor Econômico. Nesta terça-feira(11), o jornal traz a informação de que a companhia brasileira Noxis Energy obteve, no último mês, a licença ambiental prévia para a implantação de uma refinaria de pequeno em Sergipe. Segundo a matéria, será a primeira refinaria privada do país depois de mais de 50 anos.
Os investimentos estimados são de US$ 700 milhões, e a unidade terá capacidade prevista para processar 35 mil barris/dia de petróleo. A refinaria ocupará uma área de 500 mil metros quadrados, situada em uma região portuária, com localização estratégica tanto para receber o petróleo quanto para fornecer o combustível. A expectativa é de que o empreendimento movimente 2,8 milhões de toneladas de petróleo e combustível por ano.
Abaixo, segue a matéria na íntegra:
Noxis planeja construir refinaria em Sergipe
A construção da primeira refinaria privada do país depois de mais de 50 anos pode sair do papel ainda neste ano. A recém-criada companhia brasileira Noxis Energy, por investidores e técnicos experientes do mercado de reno, obteve no último mês a licença ambiental prévia para a implantação de uma refinaria de pequeno porte em Sergipe. Com investimentos estimados em US$ 700 milhões, a unidade terá capacidade prevista para processar 35 mil barris/dia de petróleo.
O plano estratégico da Noxis é produzir e fornecer principalmente óleo combustível utilizado por navios, conhecido como bunker, com baixo teor de enxofre. A exigência para o uso do bunker menos poluente pelas embarcações, estipulada pela Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês), entrou em vigor este ano. Além do bunker, a refinaria também produzirá diesel marítimo e nafta.
A Noxis busca agora fundos de investimentos interessados em aportar recursos no projeto em troca de uma participação na sociedade. Além disso, a companhia mantém conversas com três grupos de engenharia brasileiros para fechar o contrato de EPC (sigla em inglês para o modelo que inclui a construção, montagem e compra dos equipamentos) da refinaria.
Em paralelo, segundo o presidente executivo da Noxis, Gabriel Debellian, a empresa está em negociação com a multinacional de origem americana Fluor para o desenvolvimento do projeto e a construção dos módulos. Também são mantidas negociações com a Siemens para o fornecimento dos equipamentos. A ideia, de acordo com o executivo, é que a refinaria seja integralmente informatizada.
O executivo conta que a companhia já possui uma carta de intenções assinada com a Petrochina para adquirir o petróleo necessário para a refinaria, por um período de dez anos. Na outra ponta, a Noxis possui outra carta de intenções com a trading multinacional de origem dinamarquesa Bunker One para fornecer o combustível marítimo, pelo mesmo período. A demanda da Bunker One responderia por cerca de 50% da capacidade de processamento da refinaria. Debellian explica que as cartas assinadas com a Petrochina e a Bunker One são “bankable”, ou seja, podem ser consideradas para a contratação de uma linha de financiamento para a construção da refinaria.
Na etapa atual do empreendimento, a companhia deve investir entre US$ 4 milhões e US$ 5 milhões no detalhamento do projeto, enquanto busca a licença ambiental de instalação. Segundo Debellian, a licença pode ser emitida em cerca de oito meses. Até o momento, já foram investidos aproximadamente US$ 3,5 milhões no projeto.
A refinaria ocupará uma área de 500 mil metros quadrados (sendo 350 mil metros quadrados de área útil) contratada junto à Companhia de Desenvolvimento Econômico de Sergipe (Codise), em Barra dos Coqueiros, na região metropolitana de Aracaju (SE). Situada em uma região portuária, a refinaria tem localização estratégica tanto para receber o petróleo quanto para fornecer o combustível. Dessa forma, explica o executivo, a companhia não fica dependente da utilização de infraestrutura logística de outras empresas.
A expectativa é que o empreendimento movimente 2,8 milhões de toneladas de petróleo e combustível por ano. Em mais longo prazo, a companhia tem planos de adquirir e refinar petróleo de pequenos produtores terrestres do país, que, por falta de opção, hoje são obrigados a vender a produção para a Petrobras, que aplica um desconto sobre o preço do produto. Nessa linha, a Noxis tem em carteira projetos para construir outras duas refinarias, no Espírito Santo e no Maranhão.
*Por Rodrigo Polito