As margens paradisíacas do oceano, os tranquilos lagos, os sinuosos rios, as atividades de aventura e os assentamentos indígenas constituem um conjunto de atrações que compõe os territórios de Baía da Traição, Marcação, Rio Tinto e Mataraca, situados no Litoral Norte da Paraíba. Essas localidades integram o projeto “Trilhas dos Potiguaras” e conferem aos viajantes uma vivência turística imersiva nas tradições ancestrais e na preservação ambiental dos povos originários.
Com o intuito de explorar parte da história, dezenove jornalistas oriundos da Paraíba, convidados pela Empresa Paraibana de Turismo (PBTur) e pela Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico do Estado (Setde), conheceram no final de semana, as principais atrações turísticas do Projeto.
“Nossa meta é trazer à luz uma parcela do trajeto, na área de Baía da Traição, uma urbe conhecida como a Capital do Povo Potiguara no Brasil. Também planejamos percorrer o Rio do Gozo e passar por Marcação, onde os profissionais da mídia terão a oportunidade de contemplar um esplêndido pôr do sol. Nossa intenção é revelar nossa herança cultural, as maravilhas naturais, a riqueza aquática e a trajetória histórica”, realçou o secretário de Turismo e Eventos de Baía da Traição, Saulo Carvalho.
Um mergulho nas tradições
A uma distância de 90 quilômetros de João Pessoa, o Litoral Norte da Paraíba engloba trinta e duas aldeias distribuídas entre as municipalidades de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto. As comunidades indígenas se dedicam à agricultura, à pesca e ao ecoturismo.
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Para Ferdinando Lucena, presidente da PBTur, mergulhar nas tradições dos povos indígenas constitui uma experiência memorável e cativante. “O itinerário que compõe os ‘Caminhos dos Potiguaras’ é verdadeiramente fenomenal. Ao se imergir na cultura dos povos originários, é possível aproveitar os atrativos naturais da região de maneira ecologicamente sustentável, compreendendo a importância da conservação da área e das tradições”, declarou.
Rosália Lucas, secretária de Turismo e Desenvolvimento Econômico da Paraíba, sublinha que o objetivo é ressaltar as potencialidades e fomentar a economia das municipalidades. “Os indivíduos indígenas têm a possibilidade de comercializar suas peças artesanais, exibir sua cultura e culinária. E para valorizar tais tradições, o Governo Estadual estabeleceu a infraestrutura necessária para que a região possa ganhar ainda mais visibilidade e ser alvo de visitação”, enfatizou.
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SOBRE O PROJETO TRILHAS DOS POTIQUARAS
Quando o Governo da Paraíba decidiu pavimentar e restaurar determinadas rodovias e acessos ao Litoral Norte do Estado, a ideia proposta foi muito além da simples melhoria das condições do tráfego de veículos.
Complexo e ambicioso, o projeto “Nas Trilhas dos Potiguaras” inspirou-se no emblemático passado dos índios que vivem aqui, para estabelecer um objetivo maior, em que o significado de estrada se revela amplificado como um meio para conhecer e, acima de tudo, preservar essa desconhecida, bela e histórica região.
Uma vez dentro deste novo roteiro de experiências, devidamente calçado entre sua espinha dorsal, a BR-101, e as ligações com Forte Velho (PB-011), Lucena (PB-027), Baía da Traição (PB-041) e Barra de Camaratuba (PB-061), prepare-se. As sensações serão, sem exageros, surpreendentes.
Motivos não faltam. O litoral norte paraibano tem metade dos seus sessenta e seis quilômetros de praias dentro de áreas de proteção ambiental, distribuídos em um mosaico de unidades de conservação, onde espécies ameaçadas de extinção encontram refúgio.
A costa abriga, ainda, a mais antiga reserva indígena do Brasil, cuja nação, os potiguaras, habita o mesmo lugar onde protagonizaram alguns dos principais capítulos do início da colonização brasileira.
O cenário, por sua vez, continua espetacular como no século XVI, quando intensas batalhas, envolvendo nativos, colonizadores portugueses e invasores franceses e holandeses, aconteciam em meio a falésias, praias desertas, estuários exuberantes e lagoas de águas cristalinas.
DESTINOS
Aldeias indígenas | Baia da Traição 82 km de JPA | Os potiguaras são os únicos, dentre os povos indígenas situados no Brasil, a viver no mesmo lugar, após confronto com os colonizadores, há 500 anos. Os remanescentes da nação Potiguara formam a reserva dos índios potiguaras, com suas 32 (trinta e duas) aldeias e 14 quilômetros de praias virgens, lagoas e riachos que cortam os municípios de Rio Tinto, Marcação e Baía da Traição. |
Barra de Camaratuba | Mataraca 96 km de JPA | À margem direita do rio Guaju, no centro da região da divisa PB/RN, está a vila de pescadores de Barra de Camaratuba. A, aproximadamente, 110 km de João Pessoa/PB e a 120 km de Natal/RN, esse é o último Distrito do Estado da Paraíba, pertencente ao Município de Mataraca. Encravada entre duas grandes reservas ecológicas, a “Barra”, como os nativos a denominam, é o que se pode chamar de paraíso tropical. Com uma população inferior a mil habitantes, o vilarejo vem despertando o interesse de visitantes e investidores estrangeiros que planejam, com o apoio do poder público municipal, transformar a Barra de Camaratuba em um ícone do desenvolvimento turístico sustentável e conservacionista, com foco no ecoturismo, no turismo rural e no turismo de aventura. |
Forte Velho | Lucena 48 km de JPA | Distrito do Município de Santa Rita, no Estado brasileiro da Paraíba, o qual compreende as comunidades de Forte Velho (sede), Ribeira, Capimaçu e Tambauzinho. Antes da conquista da Paraíba, toda a região estuarina do rio Paraíba e a costa Centro–Norte paraibana faziam parte do território de caça e de coleta dos índios potiguaras. Naquela época, a costa paraibana era muito visitada por corsários franceses que, ao se tornarem aliados dos potiguaras, extraíam o valioso pau-brasil, das florestas da região.
Forte Velho está situada na desembocadura do rio Paraíba, às margens do canal que separa a Ilha da Restinga, do Município de Santa Rita. É uma das mais antigas povoações do Estado da Paraíba e sua história confunde-se com a própria história do Estado. Sua população é de 533 pessoas. A economia forte-velhense gira em torno da pesca, da agricultura e do turismo ocasional, feito por embarcações que ligam, diariamente, o trapiche da cidade de Cabedelo a esse distrito santa-ritense. |
Barra de Mamanguape | Rio Tinto 60 km de JPA | Distrito da cidade de Rio Tinto, o lugar onde o rio Mamanguape encontra o mar é um dos trechos mais bonitos do litoral paraibano. Bem no ponto em que as águas se misturam, os conjuntos de corais podem ser vistos quando a maré está baixa. Lá, fica a sede do Projeto Peixe-Boi-Marinho, gerenciado pelo Instituto Chico Mendes – ICMBio. Com o intuito de proteger o peixe-boi-marinho e o ecossistema de manguezal, foi criada, em 1993, a Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape. |
No século XXI, as estradas do circuito “Nas Trilhas dos Potiguaras” ganham asas e vão se abrir como um portal para diferentes lugares e perfis de desbravadores.
Se você gosta de natureza, história, esportes de aventura ou simplesmente degustar um prato típico e participar de tradicionais festejos populares, este é o lugar.
Os conceitos podem variar do ecoturismo ao turismo comunitário ou de interesse histórico. Em comum, emerge o objetivo em fomentar e desenvolver um turismo de base sustentável e de inclusão social, comprometido com a preservação das unidades de conservação ambiental, assim como a divulgação e o resgate da cultura dos índios potiguaras no belo e surpreendente Litoral Norte da Paraíba.
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REDAÇÃO