Suas obras unem arte, política e espiritualidade
Às vésperas de completar 44 anos, o artista visual Thiago Martins de Melo, maranhense nascido em São Luís, volta às origens para inaugurar sua primeira exposição individual na capital. A princípio, a mostra “Cosmogonia Colérica” reúne 21 trabalhos produzidos entre 2013 e 2025, distribuídos entre o Convento das Mercês e o Espaço Cultural Chão SLZ, ambos no Centro Histórico.
Com curadoria de Germano Dushá, reconhecido por seu trabalho no último Panorama da Arte Brasileira do MAM-SP, a exposição propõe uma imersão em diferentes linguagens: pinturas de grandes dimensões, esculturas, gravuras, vídeos e instalações que transitam entre o expressionismo e o realismo.
A força do título e das obras

O curador destaca que o objetivo não foi organizar uma narrativa cronológica, mas captar o que ele chama de “nervos” da obra de Thiago.
“Cosmogonia Colérica fala de criação, mas também de fúria e energia. É uma obra que sintetiza espiritualidade, política e estética em múltiplas linguagens”, explica Dushá.
A escolha do título traduz a potência dos trabalhos, que exploram história, misticismo, sincretismo religioso e questões humanas universais, com imagens impactantes e acessíveis tanto a especialistas quanto ao público leigo.
Perfil do artista
Nascido em 1981, em São Luís, Thiago Martins de Melo é hoje um dos nomes de maior destaque da nova geração da arte contemporânea brasileira. Sua trajetória é marcada por pesquisas que fundem vivências pessoais, identidade latino-americana e referências visuais múltiplas.
“Meu trabalho está fincado na América Latina, nas cores, na luz, nas lutas e na ancestralidade. Somos um povo mestiço, e nossas narrativas misturam tradições indígenas, africanas e europeias”, afirma o artista, que também cita influências da alquimia, do tarô e da iconografia hermética.
Artista internacional
Thiago vive entre São Luís, São Paulo e Guadalajara (México). Além disso, ele já realizou exposições individuais em instituições como a Fundação Iberê Camargo (Porto Alegre), o Museu Nacional da República (Brasília), o Centro Cultural São Paulo e a Fundação Joaquim Nabuco (Recife).
Assim, sua obra também ganhou espaço em mostras coletivas de relevância internacional. Exemplos disso são a Bienal de São Paulo, a Bienal do Mercosul, a Bienal de Lyon (França) e a Bienal de Dakar (Senegal).
Reconhecimento
As criações de Thiago fazem parte de acervos permanentes de museus no Brasil e no exterior. Desse modo, inclui o o Masp e a Pinacoteca de São Paulo, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Fearnley Museum de Arte Moderna (Oslo) e instituições em Miami.
Portanto, com “Cosmogonia Colérica”, o artista reafirma sua identidade enraizada no Maranhão, mas em diálogo permanente com o mundo.
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