Com uma programação comemorativa até 23/12, o histórico TAM retorna moderno para abrigar a Cultura
Prédio histórico de imensa relevância à cultura e história do Rio Grande do Norte, o Teatro Alberto Maranhão (TAM) reabre suas portas ao grande público a partir deste domingo (19) com uma programação comemorativa que prossegue até quinta-feira (23). O Governo do Estado entrega o equipamento totalmente restaurado que estava fechado desde fechado desde 2015.
Foram seis anos sem receber talentos em seu palco nem os aplausos da plateia. Após obras iniciadas em 2018, o TAM, administrado pela Fundação José Augusto (FJA), está pronto, com suas características históricas e arquitetônicas originais, e com uma moderna caixa cênica.
O teatro centenário integra um conjunto de obras de reforma e restauro de nove equipamentos culturais do Rio Grande do Norte concluídas na gestão da professora Fátima Bezerra, totalizando investimentos na ordem de R$ 32 milhões, via Governo Cidadão, através do acordo de empréstimo com o Banco Mundial.
Além do TAM estão concluídos o Papódromo João Paulo II, a Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão (EDTAM), a Pinacoteca do Estado, a Biblioteca Câmara Cascudo, a Fortaleza dos Reis Magos, o Memorial Câmara Cascudo, além das reformas dos teatros Adjuto Dias (Caicó) e Lauro Monte Filho (Mossoró).
PROGRAMAÇÃO
A reabertura do teatro terá apresentações com limite de público, devido protocolo de biossegurança contra o Coronavirus, já a partir desta sexta (17) às 17h com um espetáculo direcionado estritamente aos operários que trabalharam na obra de restauração do teatro.
No sábado (18), a partir das 19h, haverá uma solenidade oficial de reabertura com a presença da Governadora Fátima Bezerra, autoridades e convidados. Os dois eventos terão transmissão ao vivo pelo Youtube Cultura RN da Fundação José Augusto.
De domingo (19) até o dia 23 de dezembro o público poderá assistir gratuitamente à programação de espetáculos organizada para celebrar especialmente a reabertura do TAM. Com exceção do concerto natalino da Orquestra Sinfônica do RN, marcado para domingo (19) às 18h, que terá ingressos adquiridos pelo aplicativo Sympla, todas as entradas das demais apresentações poderão ser adquiridas na bilheteria do teatro uma hora antes das apresentações.
Na segunda-feira (20), a partir das 19h, está programada a Mostra de cinco Curtas-metragens premiados nos editais da Lei Aldir Blanc RN, incluindo a exibição do filme “Sideral”, concorrente à Palma de Ouro do Festival de Cannes.
Também na segunda-feira tem início no Salão Nobre do TAM a mostra “Um Diário Visual das Memórias em Fluxo” que exibe imagens do processo de restauração do prédio histórico.
Na terça-feira (21) a partir das 19h será realizada a Cantata Brincante SESC com shows musicais, teatro, arte circense e literatura reunindo artistas como Sérgio Groove, Nação Zambêracatu e Coral Canto do Povo.
Na quarta-feira (22) às 19h será a vez da Quarta da Dança com apresentações de coreografias de mais de 20 companhias, escolas de dança, dançarinos e bailarinos do Rio Grande do Norte.
A ópera “O Empresário” pelo grupo Lyricus (Mossoró) na quinta-feira (23) às 19h, encerra as celebrações de reabertura do Teatro Alberto Maranhão.
OBRAS E INVESTIMENTOS
As obras de restauração do TAM foram executadas pelo Projeto Governo Cidadão e pela Secretaria Estadual de Turismo, com recursos de R$ 2,5 milhões viabilizados pelo acordo de empréstimo junto ao Banco Mundial. À FJA e ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) couberam a fiscalização do serviço – foi a primeira vez que uma obra no TAM foi fiscalizada pelo IPHAN, órgão responsável pelo tombamento da edificação, o que garantiu a preservação de sua história.
As obras executadas incluíram a renovação das estruturas elétricas, hidráulicas e de acessibilidade do espaço, climatização, paisagismo, reestruturação do palco e camarins, ações de combate a incêndio e implementação de sistema de esgoto.
Outros detalhes chamam a atenção do visitante como o serviço manual de restauro das janelas e esquadrias centenárias e das poltronas e cadeiras dos camarotes e frisas, agora revestidas com tecido que não espalha chamas em caso de incêndio.
CARACTERÍSTICAS ORIGINAIS
O jardim central retorna às características originais, e a estrutura do telhado foi totalmente reconstituída e reforçada para a instalação de telhas termoacústicas, garantindo isolamento térmico e acústico.
Elevadores e plataformas elevatórias estão instaladas para o acesso de portadores de deficiência e dos idosos, Novos banheiros foram construídos. Réplicas artesanais de peças do ladrilho belga da entrada, que datam da inauguração do teatro, foram feitas por um artesão paraibano para substituir os originais danificados.
O TAM apresenta um sistema moderno de combate e prevenção a incêndios, com detectores de fumaça, spliters e hidrantes, além de carpete, tecidos anti-incêndio, monitoramento de segurança e drenagem para evitar alagamentos.
CAIXA CÊNICA
Um capítulo especial no processo de restauração foi a instalação da caixa cênica (construção cúbica composta por toda a parte cenotécnica, com plataforma elevatória e escadas, estruturas de iluminação e de áudio). Apesar de ser a peça central de um teatro, o equipamento não foi contemplado na gestão anterior. A atual administração corrigiu o erro e instalou um moderno sistema de iluminação e sonorização com recuperação e troca da mecânica cênica e a inclusão de vestimenta com ciclorama, bambolinas, pernas de coxias, rotunda e cortina anti-chamas.
“O TAM é o templo da nossa cultura que abriga todas expressões artísticas, um grande patrimônio cultural brasileiro. Essa é a nossa mais completa obra de restauração, cujos serviços executados neste Governo resolveram todos os problemas acumulados durante anos. Teremos agora um dos melhores teatros do Brasil com conforto, segurança e modernidade”, comemora o Diretor Geral, da Fundação José Augusto, Crispiniano Neto.
Para o diretor do teatro, Ronaldo Costa: “ Um dos grandes desafios do pós abertura é fazer com que a sociedade potiguar desperte para uma consciência patrimonial de preservação dos nossos monumentos e da nossa história. O TAM está no imaginário da população que desejava ver o seu maior teatro de pé novamente. Esse gigante estava adormecido. Agora ele está acordando”.
HISTÓRIA
O prédio começou a ser construído em 1898, quando o bairro da Ribeira abrigava o desenvolvimento da capital. Foi inaugurado em 1904, em estilo chalé com dois pavimentos, em arquitetura eclética e elementos da art nouveau, movimento artístico iniciado na Europa, muito usado na época. Foi originalmente batizado de Teatro Carlos Gomes, homenageando o mais importante compositor de ópera brasileiro, autor de “O Guarani”. Em 1957, seu nome passou a homenagear o ex-governador Alberto Maranhão. Foi palco de centenas de espetáculos potiguares, brasileiros e internacionais.
Os maiores nomes da dança, música e a dramaturgia se apresentaram no TAM que sempre foi considerado por artistas nacionais como um dos mais belos teatros públicos do Brasil.
PROGRAMAÇÃO DE REABERTURA DO TEATRO ALBERTO MARANHÃO
Pré-aberturas
Dia 17/12
Horário: 17h
Espetáculo para os operários do TAM
Dia 18/12
Horário :19h
Solenidade oficial de reabertura
Dia 19/12
Horário 18h
Concerto Oficial da Orquestra Sinfônica do RN
Dia 20/12
Horário:19h
Mostra de curtas-metragens da Lei Aldir Blanc RN
Dia 21/12
Horário: 19h
Cantata Brincante do Sesc
Dia 22/12
Horário: 19h
Quarta da Dança
Dia 23
Horário: 19h
Ópera “O Empresário” – Grupo Lyricus
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