Complexo portuário de Pernambuco prevê abertura de novas áreas até 2023
Complexo Industrial e Portuário de Suape aprovou a manifestação de interesse para o primeiro projeto de produção de hidrogênio verde e azul, apresentado pela Qair. Com isso, será aberto o prazo para concorrência pela área até 27 de setembro.
O arrendamento será feito por 25 anos, renovável por igual período, para produção de hidrogênio verde, azul com captura de carbono e amônia. A operação comercial da primeira fase está prevista para o quarto ano de desenvolvimento.
“A chegada de uma planta desse porte, além reforçar nosso compromisso com a sustentabilidade, mostra que o porto tem muito potencial para se tornar um dos mais importantes atracadouros do continente e do mundo”, afirma o diretor-presidente de Suape, Roberto Gusmão.
Interesse por hidrogênio no Porto de Suape
Essa primeira chamada é para uma área de cerca de 70 hectares fora do porto organizado.
A Qair indicou o interesse em uma segunda área, de cerca de 50 hectares, dentro do polígono de Suape, que pode ser aberta para concorrência em 2023. Duas novas chamadas estão previstas para o início e segundo semestre do ano que vem.
Além da Qair, a brasileira Casa dos Ventos apresentou um projeto ainda não publicado. E a Fortescue Future Industries (FFI), subsidiária da mineradora Fortescue Metals Group, está finalizando o atendimento a exigências para empresas estrangeiras.
A CTG Brasil, braço da China Three Gorges Corporation, também espera começar a produzir hidrogênio verde, em escala comercial, em Suape, em cerca de quatro anos.
A companhia, em parceria com o governo pernambucano e o Senai, lançou em julho o TechHub Hidrogênio Verde, para desenvolvimento de seis projetos focados na produção, transporte, armazenamento e gestão de H2V.
Projeto da Qair na 1º chamada de Suape
No escopo dessa primeira chamada, são previstas unidades de eletrólise com 1 GW de capacidade, segundo Suape, além de plantas de hidrogênio verde e azul, amônia e captura de carbono.
Todo o projeto desenhado pela Qair prevê uma ampliação para mais de 2 GW de capacidade de eletrólise, em 16 módulos de 140 MW.
A implantação será feita em fases, com início da operação no quarto ano de desenvolvimento. No cronograma original, em 2025.
A empresa prevê a instalação de um complexo para produção de hidrogênio verde, produzido a partir de eletrólise com energia de fonte renovável, que inclui uma usina de dessalinização para aproveitamento da água do mar.
A energia será gerada em parques eólicos e solares fotovoltaicos próprios. Atualmente, a companhia desenvolve parques eólicos, inclusive integrados com solar, no Ceará e Rio Grande do Norte, totalizando mais de 420 MW de capacidade.
Para o futuro, licencia o parque eólico offshore Dragão do Mar (1,2 GW) na costa do Ceará, onde também estuda a implantação de uma unidade produtora de hidrogênio verde, no Porto do Pecém.
Além do hidrogênio verde, a Qair prevê a construção no Suape de duas unidades de hidrogênio azul, a partir da reforma de gás natural com captura de carbono, com pequenos reatores modulares (SMR, na sigla em inglês).
Além do acesso à malha integrada de transporte de gás natural, operada no Nordeste pela TAG, Suape pretende atrair um terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL). Oncorp, Compass e New Fortress Energy (NEF) se interessaram pelo projeto.
A partir do suprimento de hidrogênio de baixo carbono, o plano da Qair é investir na conversão para amônia líquida, uma forma de embarcar o hidrogênio para o mercado externo, alvo de diversos polos em desenvolvimento no Brasil.