O hidromel é conhecido como a bebida dos deuses na mitologia nórdica
Em um mergulho na tradição do hidromel, a bebida ancestral feita a partir de água e mel fermentado, a startup San’Mielle, sediada na Bahia, destaca-se ao utilizar mel cristalizado como ingrediente principal em sua produção sustentável. Conhecido como a bebida dos deuses na mitologia nórdica, os Vikings atribuíam ao hidromel poderes mágicos e de cura, acreditando que poderia aumentar força, vigor e fertilidade.
A startup surgiu como resposta aos desafios enfrentados na apicultura relacionados ao mel cristalizado, um insumo com baixo valor econômico na região Nordeste, apesar de sua qualidade. Samira Cavalcante, doutora em Ciências Agrárias pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e CEO da San’Mielle, conduziu uma pesquisa pioneira em hidroméis utilizando mel cristalizado. Ela destaca que, ao contrário do senso comum, a cristalização é um sinal de pureza, diferenciando-se do mel açucarado, que é considerado de qualidade inferior ou adulterado.
O processo de fermentação segue as normas da legislação brasileira para o hidromel, uma bebida com graduação alcoólica de 4 a 14% em volume, 20°C, obtida pela fermentação de mel de abelha, sais nutrientes e água potável, conforme a Portaria Nº 64 de 23 de abril de 2008. Samira ressalta a importância de cuidados específicos para garantir uma fermentação saudável, permitindo que as leveduras trabalhem sem estresse, evitando aromas desagradáveis durante o processo.
A San’Mielle oferece dois tipos de hidromel: o tradicional, com notas florais e frutadas, proporcionando um sabor refrescante, e o envelhecido, que passa seis meses em chip de carvalho francês antes de ser envasado. A versatilidade da bebida permite consumi-la como vinho, complementando diversos momentos e pratos.
LEIA TAMBÉM:
– Nordeste terá ponte de R$ 202 milhões para ligar 2 estados
– Maior construtora do Nordeste vai restaurar hotéis icônicos em Salvador
– Grupo de Abu Dhabi deve investir R$12 bilhões no Nordeste; saiba mais
Este projeto sustentável, que utiliza méis de cooperativas e associações ligadas à agricultura familiar, recebe apoio do Grupo de Pesquisa Insecta do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas (CCAAB) da UFRB. Além disso, a startup conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), por meio do Edital Inventiva.
Bahia Faz Ciência
A iniciativa da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), “Bahia Faz Ciência”, apresenta semanalmente reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos contribuem para melhorar a vida da população em áreas como saúde, educação e segurança. As matérias são divulgadas às segundas-feiras, disponíveis no site e redes sociais da Secretaria. Sugestões de pauta podem ser enviadas para o e-mail [email protected].
