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Setor mineral do Nordeste vive fase de expansão e mira ganhos de produtividade

Esses números reforçam o papel estratégico da região no abastecimento de matérias-primas essenciais para a construção civil, a indústria química e o setor energético.
Eliseu Lins, da Agência NE9
14 de outubro de 2025 - às 05:26
Atualizado 14 de outubro de 2025 - às 05:26
4 min de leitura
Ganho de Produtividade na mineração tem grande potencial no Nordeste
Ganho de Produtividade na mineração tem grande potencial no Nordeste

Região se consolida como hub mineral

O Nordeste brasileiro atravessa um momento de forte crescimento no setor mineral, consolidando-se como uma das regiões mais promissoras do país. De polos tradicionais, como o sal marinho potiguar, à força do Polo Gesseiro do Araripe (PE), a mineração nordestina tem se diversificado e atraído novos investimentos, impulsionando o desenvolvimento econômico regional.

A princípio, a Bahia lidera a diversificação produtiva, com destaque para a extração de ouro, cobre, níquel e vanádio, enquanto o Ceará vem ganhando espaço nas exportações de rochas ornamentais, ampliando sua presença no mercado internacional. No Rio Grande do Norte, o sal marinho continua sendo um símbolo de produtividade: o estado responde por 95% de toda a oferta nacional, consolidando sua posição como maior produtor do Brasil.

De acordo com estimativas do setor, os estados nordestinos já representam entre 15% e 20% do faturamento nacional da mineração, o que equivale a R$ 20,8 a R$ 27,8 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025.

A Bahia, sozinha, movimentou R$ 6,7 bilhões, um aumento de 31% em relação ao mesmo período de 2024, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE). Já o Ceará dobrou suas exportações de rochas ornamentais, atingindo US$ 32,4 milhões em receitas.

Mineração na Bahia
Mineração na Bahia Foto Galvani

Logística e infraestrutura fortalecem o escoamento da produção

O avanço da mineração nordestina é sustentado por uma infraestrutura portuária moderna e eficiente. O Porto do Itaqui (MA) movimentou 17,2 milhões de toneladas no primeiro semestre, mantendo-se como o maior porto do Norte-Nordeste. Contudo, o Terminal de Ponta da Madeira (MA) segue como um dos principais canais de exportação de minério de ferro, com cerca de 15 milhões de toneladas embarcadas por mês para o mercado internacional.

Além disso, esses números reforçam o papel estratégico da região no abastecimento de matérias-primas essenciais para a construção civil, a indústria química e o setor energético.

Inovação e segurança em destaque na Exposibram 2025

O crescimento do setor será debatido durante a Exposibram 2025, que acontece entre 28 e 30 de outubro, em Salvador (BA). O evento, um dos maiores da mineração da América Latina, reunirá grandes empresas, especialistas e autoridades do setor para discutir temas como inovação tecnológica, sustentabilidade e segurança nas operações.

De acordo com os organizadores, a edição baiana da feira pretende fortalecer o diálogo sobre mineração responsável e transição energética, ampliando as oportunidades para novos investimentos no Nordeste.

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Benefícios para o desenvolvimento regional

Além de movimentar a economia, a mineração tem impulsionado empregos, capacitação profissional e infraestrutura nas cidades produtoras. Assim, projetos de responsabilidade socioambiental, parcerias com universidades e programas de recuperação de áreas degradadas estão sendo ampliados por empresas da região, garantindo que o crescimento econômico venha acompanhado de sustentabilidade.

Portanto, com esse ritmo de expansão, o Nordeste consolida seu protagonismo na mineração brasileira, combinando tradição, tecnologia e responsabilidade ambiental — pilares que devem sustentar o futuro do setor nas próximas décadas.

SERVIÇO

Exposibram 2025
Data: 27/10 – abertura
Evento: 28 a 30 de outubro
Local: Centro de Convenções Salvador
Av. Octávio Mangabeira, 5.490 – Boca do Rio – Salvador – BA

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Eliseu Lins

Eliseu Lins é baiano de nascimento e paraibano de coração. Jornalista formado na UFPB, tem mais de 20 anos de atuação na imprensa do Nordeste. É pós-graduado em jornalismo cultural e ocupa o cargo de editor-chefe do NE9 desde 2022.