A Região Nordeste tinha como grande vetor econômico o segmento de turismo de eventos, que nos últimos anos vinha aumentado a sua relevância como gerador de negócios, impostos, empregos e renda.

Em pesquisa realizada em dezembro de 2019 pela Associação Brasileira de Empresas e Eventos, entre as empresas pesquisadas, 98% são pequenas empresas (com faturamento até R$4,8 milhões), 72% estão no regime de tributação MEI e Simples, 81% tem um ou dois sócios e quase metade atua apenas regionalmente, enquanto a outra metade atua em todo o Brasil. Com faturamento médio anual de R$ 1.780.000 por empresa, 20% das empresas são organizadoras de eventos, enquanto 27% são apenas fornecedoras ou prestadoras de serviço para o segmento.

Em recente pesquisa do Sebrae, eventos e entretenimento na economia criativa tiveram uma redução a partir de abril de 2020 em cerca de 77% do seu faturamento mensal por conta da crise do COVID19. As perdas são gigantes, mas a mudança no segmento tem que começar para a retomada ser mais rápida.

No setor de eventos, o foco agora é tentar, de alguma forma, faturar no momento. Serão as mudanças nas formas já definidas de eventos, com o uso da tecnologia a seu favor, que as empresas podem se reformular e continuar neste momento prestando serviços. Porém, sem aglomerações ou de forma presencial, mas de modo virtual… online.

Nesta proposta do evento online, as marcas podem explorar, com visibilidade digital e interação ao vivo com o consumidor em casa, novas formas de exposição.

Lives musicais, cursos, workshops, seminários, shows, palestras e conferências, todos esses modelos de eventos, sejam novos ou tradicionais, podem ser realizados de forma online.

Em recente live, “Nova era do entretenimento”, mediada por Patrícia Mansur, gerente Brasil da Laapa, debateu o tema com Artur Andrade, editor-chefe e CCO da PANROTAS, e Marcelo Flores, fundador e diretor da BusinessLand.

“O que vai acontecer com o mercado ainda é uma incógnita. Estamos passando por um processo de mudanças de hábitos e costumes. O digital foi acelerado e negócios que até então eram analógicos, passaram a investir em tecnologia. As pessoas estão ressignificando a vida pela simplicidade”, afirma Marcelo Flores.

Para Artur Andrade “Os protocolos serão transitórios enquanto não tivermos o controle da pandemia. Depois, muitos deles serão flexibilizados. O que não vai deixar de existir é a preocupação com a saúde, isto será para sempre”. Ele citou como exemplo o 11 de Setembro nos EUA. “No começo eu lembro que tudo era muito restrito, as pessoas tinham medo de embarcar nos aviões. Hoje, elas sabem que vão precisar passar por inúmeros processos de segurança nos aeroportos, e inclusive estão acostumadas com isso”.

Segundo análise do segmento, o futuro já começou.
Para Marcelo Flores da BusinessLand, “A partir do fim da quarentena, que ainda não sabemos quando vai ser, teremos um período que poderemos operar eventos com alguns protocolos. Dando certo, mudaremos os protocolos a cada 30 ou 35 dias”, afirmou ele, que recebe periodicamente drafts do governo do Estado. “Pelas minhas contas, em outubro estaríamos mais receptivos a eventos presenciais com uma menor carga de isolamento. O que não significa que teremos grandes espetáculos acontecendo ainda esse ano”.

“O entretenimento é um setor importante dentro da economia criativa. Não vejo nada que não tenha criatividade. Tudo será feito dentro dos protocolos, que serão exigidos não apenas pelos governos e órgãos reguladores, mas pelo próprio público. Abrir um parque ou realizar um evento hoje não significa que você terá a aderência das pessoas, elas querem saber se estarão seguras em estar ali”, concluiu Flores.

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