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Setor cultural bate recorde e emprega quase 6 milhões de pessoas no Brasil

O setor cultural brasileiro registrou, em 2024, o maior número de trabalhadores desde o início da série histórica em 2014. A princípio, 5,9 milhões de pessoas estavam empregadas em atividades culturais. Dessa forma, mantêm a ...
Eliseu Lins, da Agência NE9
12 de dezembro de 2025 - às 11:50
Atualizado 12 de dezembro de 2025 - às 11:50
3 min de leitura

O setor cultural brasileiro registrou, em 2024, o maior número de trabalhadores desde o início da série histórica em 2014. A princípio, 5,9 milhões de pessoas estavam empregadas em atividades culturais. Dessa forma, mantêm a participação de 5,8% do total de ocupados no país, mesma proporção observada em 2023.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (12) pelo Sistema de Informações e Indicadores Culturais 2013-2024, produzido pelo IBGE.

Além do crescimento do mercado de trabalho, o levantamento mostra que os profissionais da cultura apresentam nível de escolaridade superior ao da média nacional, embora convivam com índices mais altos de informalidade.

MERCADO DE EVENTOS
MERCADO DE EVENTOS

Escolaridade no setor cultural x total de ocupados (2024)

IndicadorSetor CulturalTotal de Ocupados
Nível superior completo30,1%23,4%

Participação dos trabalhadores da cultura por estado (2024)

UF% de trabalhadores na cultura
São Paulo7,6%
Rio de Janeiro7%
Ceará7%
Acre2,7%
Amapá2,8%
Rondônia2%
Capital%
Florianópolis10,7%
São Paulo (capital)10,1%
Manaus9,4%

Informalidade no setor cultural (2024)

A informalidade permanece um desafio expressivo:
44,6% dos trabalhadores da cultura atuam de maneira informal, acima dos 40,6% do mercado em geral.

UF com maior informalidade:

UF%
Roraima76,9%
Pará74,1%
Tocantins71,5%

UF com menor informalidade:

UF%
Santa Catarina30%
Rio Grande do Sul32,6%
Paraná33,2%

Tipos de ocupação no setor cultural (2024)

CategoriaSetor CulturalTotal de Ocupados
Trabalhadores por conta própria43%25,2%
Empregados com carteira assinada34,4%37,4%
Empregados sem carteira assinada14,3%12,3%

O trabalhador por conta própria continua sendo o perfil predominante nas atividades culturais.

Rendimento médio no setor cultural

Em 2024, o rendimento médio mensal do setor foi de R$ 3.266, inferior ao registrado em 2023 (R$ 3.331), representando queda real de 2%.

Enquanto isso, o rendimento médio geral do mercado de trabalho cresceu 3,5%, alcançando R$ 3.108.
Com isso, a diferença entre o salário médio da cultura e o salário médio geral diminuiu de 11% (em 2023) para 5,1% em 2024.

Variação do rendimento por região (2023–2024)

RegiãoVariação
Norte-9,1%
Sudeste-4,7%
Centro-Oeste-2,2%
Nordeste+11,4%
Sul+11,2%

Desigualdade de gênero no setor

Assim, a pesquisa apontou forte disparidade salarial entre homens e mulheres:

GêneroRendimento médio (2024)
MulheresR$ 2.560
HomensR$ 3.898

A diferença salarial chega a aproximadamente 34%, maior que a média de 22% observada no mercado como um todo.

Ao mesmo tempo, os dados reforçam que o setor cultural é estratégico para a economia brasileira, com alta escolaridade, dinamismo e forte presença de trabalhadores autônomos. Contudo, enfrenta desafios relevantes, como a informalidade elevada, a queda recente de renda e a desigualdade de gênero.

O levantamento do IBGE serve como base para políticas públicas que possam fortalecer o setor, ampliar a formalização e reduzir desigualdades, garantindo condições mais justas para os milhões de profissionais que movem a cultura no país.

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Eliseu Lins

Eliseu Lins é baiano de nascimento e paraibano de coração. Jornalista formado na UFPB, tem mais de 20 anos de atuação na imprensa do Nordeste. É pós-graduado em jornalismo cultural e ocupa o cargo de editor-chefe do NE9 desde 2022.