“Convido muito ao bom regime deste Reino do Brasil, e a prosperidade a que me proponho elevá-lo, que a Capitania de Sergipe d’El Rei tenha um Governo independente do da Capitania da Bahia.” O trecho é da Carta Régia assinada por Dom João VI em de 8 de julho de 1820. O decreto concedeu independência política e autonomia econômica ao estado de Sergipe.
Três anos antes, em 1817, insurgiu a Revolução Pernambucana que tinha como principal objetivo tornar o Brasil independente de Portugal. O movimento revelou que outras províncias como Alagoas, Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará também estavam descontentes com a dominação portuguesa. Sergipe ficou do lado da monarquia que, ao sair vitoriosa do conflito, tratou de decretar a emancipação do território em 1820 e nomear um governador para a região.
De acordo com a historiadora Edna Maria Matos Antônio, essa independência enfrentou resistência de setores da sociedade que estavam de acordo com os ideais da Revolução do Porto, que acontecia em Portugal. O movimento liberal português defendia o monopólio comercial sobre a colônia e culminou no retorno de Dom João VI para a Europa. Nesse contexto, a Bahia retomou o controle sobre Sergipe em 1821.
Só em 1823, um ano depois que o Brasil deixou de ser colônia portuguesa, Sergipe passou a ser de fato reconhecida como uma província independente. Com a separação consolidada pela Constituição Imperial de 1824, Sergipe iniciou uma fase de organização política, social e econômica. Em 1855, o povoado de Santo Antônio de Aracaju passou a ser a capital do estado. E em 1886, Aracaju tinha 1.484 habitantes.
Com a proclamação da República em 1889, foram eleitos os primeiros representantes de Sergipe para o Congresso Nacional. A primeira Constituição do Estado foi promulgada em 1892.
De acordo com dados do IBGE, a pavimentação da capital com pedras regulares foi realizada em 1900 e, em 1908, foi inaugurado o serviço de água encanada. O esgoto sanitário e as linhas férreas datam de 1914.