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Salvador recebe mostra Cinemas do Futuro com 24 filmes africanos

De 6 a 9 de novembro de 2025, Salvador será palco da mostra Cinemas do Futuro: Ciclo de Filmes da Cinémathèque Afrique, parte da programação oficial do Festival Nosso Futuro Brasil–França: Diálogos com a África, ...
Eliseu Lins, da Agência NE9
2 de novembro de 2025 - às 05:51
Atualizado 2 de novembro de 2025 - às 05:51
4 min de leitura

De 6 a 9 de novembro de 2025, Salvador será palco da mostra Cinemas do Futuro: Ciclo de Filmes da Cinémathèque Afrique, parte da programação oficial do Festival Nosso Futuro Brasil–França: Diálogos com a África, dentro da Temporada França-Brasil 2025.

A mostra Cinemas do Futuro conecta obras clássicas e produções contemporâneas

Com curadoria da professora Morgana Gama (UFBA), o evento trará 24 filmes africanos e da diáspora, divididos em dois eixos temáticos: Memórias para o Futuro e Histórias para o Futuro. As sessões serão gratuitas, na Sala Walter da Silveira e no Cinema Saladearte da UFBA.

A abertura acontece no dia 6/11, às 18h, com o longa “Njangaan” (1975), do diretor senegalês Mahama Johnson Traoré — uma raridade restaurada recém-apresentada no Festival Lumière e exibida pela primeira vez no Brasil.

Detalhes do evento

ItemDetalhes
Nome da mostraCinemas do Futuro — Ciclo de Filmes da Cinémathèque Afrique
Quando6 a 9 de novembro de 2025
OndeSala Walter da Silveira e Cinema Saladearte da UFBA — Salvador (BA)
EntradaGratuita
Número de filmes24 títulos africanos e da diáspora
CuradoriaMorgana Gama (UFBA)
TemasMemórias para o Futuro e Histórias para o Futuro
Evento integradoFestival Nosso Futuro Brasil–França: Diálogos com a África

Cinema africano em destaque

A mostra celebra a riqueza cultural do cinema africano — desde clássicos preservados até produções recentes premiadas.

A Cinémathèque Afrique, criada em 1961 pelo Institut Français, é referência na preservação cinematográfica: guarda mais de 1.700 filmes de 45 países. Um programa internacional vem restaurando obras históricas para reapresentá-las ao público, e Salvador será uma das cidades a exibir essas joias.

Entre os destaques do eixo Memórias para o Futuro:

  • África sobre o Sena (1955) — considerado o 1º filme dirigido por cineastas africanos
  • Nacionalidade do Imigrante (1975), de Sidney Sokhona — crítica social sobre migração
  • Samba, o Grande (1977), de Moustapha Alassane — animação em stop-motion do Níger
  • Obras-primas de Djibril Diop Mambéty: Le Franc (1994) e A Pequena Vendedora de Sol (1999)

Esses filmes revisitam memória, identidade e resistência — conceitos simbolizados pelo Sankofa, o pássaro que olha para trás enquanto avança.

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Novos olhares, novos futuros

No eixo Histórias para o Futuro, a programação traz produções premiadas que retratam juventude, sonhos e desafios do presente:

  • Você Morrerá aos 20 (2019) — vencedor em Veneza
  • À Sombra das Figueiras (2022) — delicado retrato feminino da Tunísia
  • Casablanca Beats (2021) — hip hop como expressão social no Marrocos
  • Black Barbie (2016) — questiona padrões de beleza excluindo mulheres negras
  • Nós, Estudantes (2022) — juventude universitária da República Centro-Africana

A versatilidade do cinema africano também aparece em ficção científica, romance e suspense, como Mångata (2023), Garibou (2023) e Micro-ônibus (2021).

Mesas-redondas gratuitas

Além das exibições, serão realizadas duas mesas com especialistas:

MesaTemaData e LocalQuem participa
Mesa 1Quais memórias para o futuro?7/11 – 15h – Saladearte UFBAPesquisadores da UFBA e UNEB, entre eles Detoubab Ndiaye, Eumara Maciel e Marcelo Ribeiro
Mesa 2Quais histórias para o futuro?8/11 – 15h – Saladearte UFBAJovens cineastas e estudiosos como Lucas Ribeiro, Matheus Araújo e Francisco Alves

Salvador no centro do diálogo Brasil–África–França

O evento faz parte do Festival Nosso Futuro Brasil–França, que ocupará espaços culturais da cidade com shows, gastronomia e debates sobre cidades inclusivas.

Com tantas obras que relembram o passado para imaginar o amanhã, Cinemas do Futuro convida o público baiano a conhecer histórias que atravessam continentes — e ajudam a construir futuros mais diversos.

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Eliseu Lins

Eliseu Lins é baiano de nascimento e paraibano de coração. Jornalista formado na UFPB, tem mais de 20 anos de atuação na imprensa do Nordeste. É pós-graduado em jornalismo cultural e ocupa o cargo de editor-chefe do NE9 desde 2022.