Em clima de descontração e expectativa, 25 turistas, de sete estados brasileiros, desembarcaram em Fernando de Noronha, no segundo fim de semana após a reabertura da ilha para visitantes que já tiveram Covid-19. Como os voos, por enquanto, são apenas aos sábados, os recém-chegados ficarão por no mínimo uma semana na ilha, aproveitando as belas praias e a natureza exuberante do arquipélago.
Na chegada à ilha, todos os passageiros, incluindo moradores e trabalhadores que vieram no mesmo voo, receberam as orientações de segurança para evitar a disseminação do novo coronavírus. Embora já tenham tido a doença, os visitantes também precisam cumprir os protocolos da ilha, como o uso de máscaras e higienização das mãos, além de evitar aglomerações. “As orientações que estamos fazendo é sobre a importância de todos os cuidados que eles devem tomar, independentemente da pessoa ter tido ou não a Covid. A gente sabe que quem já contraiu não transmite a doença pelas vias respiratórias, como alguém infectado, mas pode ser um vetor de transmissão através do contato das mãos em áreas infectadas, repassando para outra pessoa. Então, os cuidados e orientações continuam com todos que estão entrando na ilha”, explica Carlos Diógenes, coordenador de Vigilância Sanitária da ilha.
“Fico feliz que tenham aberto a ilha, mesmo com a restrição. Recebemos informações da companhia aérea de como nos comportar na ilha e também do delegado na pista de pouso. Tudo foi esclarecido. Eu espero descansar, mas também curtir o máximo possível de Noronha”, disse o baiano Hélio Mota, um dos primeiros a desembarcar.
Esse era o desejo de todos os recém-chegados. Felipe Pan, turista de Curitiba, que veio com a esposa Karla, diz que é a primeira vez que está visitando Noronha, e se mostra bastante otimista com a estadia. “A gente espera encontrar bastante beleza e vamos explorar demais a ilha. Estamos com a expectativa grande. Compramos as passagens há três meses, ainda não sabíamos da restrição, mas no final deu tudo certo. Testamos positivo, estamos imunizados. O lado bom é que a gente pôde viajar para um lugar bacana por conta disso”.
A reabertura para os turistas está acontecendo por etapas. Neste primeiro momento, apenas pessoas que já tiveram a Covid-19 podem entrar no arquipélago. A comprovação de que o visitante já teve a doença é feita durante o processo de pagamento da Taxa de Preservação Ambiental (TPA), que agora é realizado apenas online, pelo site https://www.sounoronha.com, com um prazo de até 72 horas antes do embarque. Anexado ao pagamento, o turista precisa enviar o resultado do exame, confirmando que já teve a Covid-19. São aceitos dois tipos de resultados: O IgG positivo (sorológico), com exame realizado pelos métodos de quimioluminescência, eletroquimioluminescência ou Elisa imunoensaio, com menos de 90 dias da data do embarque, e o RT-PCR positivo (exame de nariz e garganta), com mais de 20 dias da data do embarque. Testes rápidos não serão aceitos.
No primeiro voo após a liberação do turismo, sábado passado, apenas 4 pessoas desembarcaram. Neste fim de semana foram 25 e a tendência é de um grande crescimento desse número nos próximos voos. Enquanto aguardava os clientes recolherem as bagagens, Marcela Soares, funcionária de uma empresa de receptivo da ilha, comentou a reabertura gradual para o turismo: “Essa retomada para nós está sendo algo inédito, mas estamos com uma boa expectativa, seguindo todos os protocolos de saúde, tanto para a nossa segurança, quanto para a segurança dos turistas. Receber as pessoas é muito bom, porém é necessário sempre pensar na segurança de todos”.
Para o turista Sérgio Dagostini, do Rio de Janeiro, que volta a visitar o arquipélago, essa viagem é um recomeço. “É uma honra poder estar aqui com poucos turistas, desfrutando da natureza exuberante. Eu vim justamente para recarregar as energias e comemorar o meu aniversário. Estou lisonjeado e muito feliz de estar aqui. Eu tive Covid, passei por momentos bem difíceis, e esse é um presente que estou ganhando por ter sobrevivido à doença e ter superado esse vírus na minha vida”.
FONTE: SECOM PE