Denominado de D.A.D.O – Dados e Análises para Decisões e Operações – trabalho científico coordenado pelo Porto Digital, por encomenda da Prefeitura do Recife, estabeleceu cinco fases de convivência com a pandemia, que podem avançar ou retroceder a partir da análise permanente dos indicadores de risco e relevância das atividades econômicas.
A Prefeitura do Recife e o Porto Digital apresentaram a metodologia final do estudo que vai conduzir as ações e avaliar os impactos das mudanças, para a retomada gradual e segura das atividades econômicas e sociais na cidade. O Plano de Convivência com a Pandemia, encomendado pela Prefeitura do Recife ainda em abril foi criado a partir de uma grande central de informação da cidade. A solução se deu na forma de uma plataforma de dados e algoritmos denominada de Dados e Análises para Decisões e Operações (D.A.D.O), elaborado sob a coordenação técnica do Porto Digital. O anúncio foi realizado pelo prefeito Geraldo Julio, pelo presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, e com a participação de Silvio Meira, presidente do Conselho de Gestão do Porto Digital e Jailson Correia, secretário de Saúde do Recife.
“Estamos entrando em uma nova etapa da pandemia, que é a etapa da convivência até que venha a vacina. O mais importante é que tudo seja monitorado, acompanhado, porque em condição de aumento do número de pessoas doentes, deve ser ampliado o isolamento para diminuir o contágio. Para essa etapa nós fizemos alguns estudos e encomendamos ao Porto Digital, o que leva o nome de D.A.D.O. Hoje apresentamos aos recifenses essa metodologia de trabalho, onde mostramos dado, protocolos e planos que estamos realizando para essa etapa de convivência. Este é o momento de promover um amplo diálogo com a sociedade para que esse plano seja de toda a cidade e não só da Prefeitura do Recife”, avaliou o prefeito Geraldo Julio.
O D.A.D.O é uma plataforma de dados e algoritmos para facilitar e instrumentar a tomada de decisão sobre qualquer operação de interesse da cidade, está dividido em Indicadores de Risco da Cidade, Risco por Microrregião e Matriz de Prioridade de Abertura de Atividades. O indicador de Risco da Cidade é calculado a partir da análise de índices do sistema de saúde – como a ocupação de UTIs e progressão de casos e óbitos por covid-19, índice de isolamento social e outros. Já o Risco por Microrregião leva em conta como esses dados se comportam nas diferentes áreas da cidade.
Por fim, a Matriz de Prioridade de Abertura por Atividades parte do princípio que nenhuma atividade é totalmente segura em relação a covid-19, então foi estabelecida uma classificação das atividades econômicas, a partir do risco de exposição e capacidade disseminação das ocupações relacionadas a cada atividade. Essa classificação se deu a partir de dois eixos: a relevância econômica da atividade e o risco em relação à covid-19.
A partir dessa metodologia, a abertura gradual e controlada das atividades será avaliada permanentemente por um comitê composto pela coordenação do D.A.D.O e Prefeitura do Recife. O estudo prevê essa abertura dividida em cinco fases que avançam ou retrocedem de acordo com a análise feita pelo comitê, que acompanha diariamente os dados e se reúne sistematicamente todas as segundas e quinta-feiras.
O presidente do Porto Digital Pierre Lucena, falou sobre o estudo. “A Prefeitura do Recife demandou ao Porto Digital a confecção de um grande plano de convivência com a covid-19, baseada na ciência e um maior conjunto de dados possíveis que nós conseguimos coletar tanto nos dados de saúde como também nos dados de impacto econômico do Recife, além dos dados de aglomeração e protocolos de saúde que poderíamos fazer. Como base nisso, criamos uma grande central de informação da cidade, chamado D.A.D.O, ligado ao Porto Digital, que foi o responsável pela confecção deste plano. Foi contratado um conjunto de cientistas, a maioria ligados a Universidade Federal de Pernambuco, para confeccionar um plano que garantisse a segurança das pessoas ao mesmo tempo que tivéssemos assertividade na volta das atividades econômicas”, explicou Lucena.
Silvio Meira, presidente do Conselho de Gestão do Porto Digital, explicou que a criação do D.A.D.O se deu para o cenário de pandemia, mas a longo prazo permite uma cultura de análise de dados para decisões estratégicas na cidade. “A ideia é que esse grupo, criado nessa conjuntura, sirva no longo prazo para termos muito mais análises, baseados em dados reais, criados no Recife e para o Recife, especificamente. Não é que a gente vai deixar de ter intuição, nem de usar a inteligência humana e vamos deixar por conta de uns robôs de software a tomada de decisões do que nós faremos. A ideia é usar a inteligência e a intuição baseado em dados e análises que vão construir decisões melhores, mais operacionais e práticas. D.A.D.O. está agora ajudando a Prefeitura do Recife a criar esses cenários para tomar as decisões sobre a convivência com a covid”, disse Meira.
“A ciência e a análise de dados sempre deram um norte das ações e decisões da Prefeitura do Recife no enfrentamento da covid 19. Foi assim que a Prefeitura planejou o início das ações, ainda precocemente, no início das ações de isolamento social. É por isso que novas metodologias são necessárias. Esta encomenda tecnológica que a Prefeitura do Recife fez ao Porto Digital, juntando especialistas de várias áreas e agregando várias bases de dados, possibilita entender a dinâmica da situação em nossa cidade e nesse momento em que começamos uma abertura gradual, são fundamentais instrumentos para que a gente possa tomar decisões certas no tempo certo”, afirmou o secretário de Saúde do Recife Jailson Correia.
O projeto, que está sob a coordenação geral de Pierre Lucena e técnica de André Magalhães (professor de Economia da UFPE) e Pablo Cerderira (prof. da Fundação Getúlio Vargas), conta com a participação de Adiel Filho (prof. em Engenharia de Produção pela UFPE), Sylvia Hinrichsen (Prof. do Departamento de Medicina Tropical da UFPE), Brena Sena (MPH em Saúde Pública), Fernando Dias (prof. de Economia da UFPE), Nivan Ferreiras (prof. CIN UFPE), André Leite (prof. do Departamento de Estatística da UFPE) e Raydonal Ospina (prof. do Departamento de Estatística da UFPE).
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FONTE: GABINETE DE IMPRENSA PMR