Prefeito Geraldo Julio participou do anúncio com o governador Paulo Câmara e os empreendedores da Recife Co. Empreendimento vai implantar, a partir de 2021, cabos submarinos de fibra ótica que possibilitam a transmissão de dados
Na manhã desta segunda-feira (19), o prefeito Geraldo Julio e o governador Paulo Câmara anunciaram um investimento de mais de R$ 110 milhões (US$ 20 milhões) na construção de um novo Data Center (Tier 3 com 400 racks) e uma landing station, implantação de uma rede de transmissão via cabos submarinos. Somando com os mais de R$ 200 milhões previstos para a atração do cabo submarino, a cidade receberá um investimento total de mais de R$ 300 milhões. Realizado pelo consórcio de investidores Recife Co., em parceria tecnológica com a Seaborn Networks, empresa sediada em Boston, Massachusetts (EUA), as obras estão previstas para iniciar em maio do próximo ano, com perspectiva de começar as operações em janeiro de 2022.
O anúncio contou com as presenças dos integrantes do Recife Co., Halim Nagem e Múcio Novaes, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, o secretário de Planejamento e Gestão do Estado de Pernambuco, Alexandre Rebelo. A expectativa do grupo de investidores é que o projeto, quando atingir sua maturidade, fature até R$ 320 milhões por ano.
O prefeito Geraldo Julio destacou os benefícios que a iniciativa vai trazer para o Recife. “Este é um empreendimento importante que muda a qualidade, a velocidade e a estabilidade da internet na nossa cidade. Em um investimento de mais de 300 milhões de reais, será implantado um cabo submarino que faz a ligação direta de Nova York e de São Paulo para o Recife e também um Data Center, que também melhora a questão do armazenamento de dados com muita velocidade em nossa cidade. Melhora para quem investe na área de tecnologia, para as empresas da área e também para todo mundo na sua vida cotidiana. A internet está cada vez mais no dia a dia e nos negócios em nossa sociedade”, disse o prefeito.
“A concretização desse projeto amplia as possibilidades de negócios para Pernambuco, que reconhecidamente é um dos maiores polos de Tecnologia do Brasil. Em um momento sensível para a economia global como agora, em que atravessamos uma pandemia, o Estado continua a melhorar sua infraestrutura para atrair ainda mais empresas. Esse conjunto de investimentos, proporcionado pelo cabo submarino, o data center e o ‘cable landing station’, vai baixar custos para o mercado, garantindo competitividade a diversos setores da economia”, afirmou o governador Paulo Câmara.
Articulado pelo Governo de Pernambuco e pela Prefeitura do Recife em 2019, o empreendimento aumentará a competitividade da prestação de serviços em sete estados do Nordeste, além de aproximar grandes players de TIC de Pernambuco. A atração do Data Center é o segundo passo do consórcio de investidores após o anúncio do cabo submarino, que vai conectar Pernambuco à internet global de alta performance, o que, consequentemente, reduzirá o custo pela contratação de conexão de baixa latência.
O centro de tratamento de dados será acoplado às instalações da Estação de Aterrissagem (CLS – Cable Landing Station) da derivação do cabo submarino do SeaBras-1, projeto que exigiu tratativas por mais de dois anos entre o governo estadual, Prefeitura do Recife e empresários. O investimento de US$ 20 milhões vai complementar os US$ 40 milhões que serão aportados na construção do cabo, a partir de agosto de 2021 – empreitada também bancada pela Recife Co., em parceria com a Seaborn Networks.
“Fazendo a conversão em real (com a cotação do dólar a R$ 5,562), a iniciativa significará a injeção de mais de R$ 330 milhões em infraestrutura de ponta centralizada na capital pernambucana. “Esse é um relevante investimento em Infraestrutura para a economia do século 21. Contar com um centro de processamento de dados com essa capacidade, inédito ainda no Estado, vai conferir produtividade não apenas para as empresas, mas para o setor público, a Academia, instituições de ensino de todos os portes e também para a população em geral. Dispor de alta conectividade a baixo custo é indispensável para o desenvolvimento das habilidades exigidas no novo mercado de trabalho global”, destacou o secretário Bruno Schwambach.
O Data Center é classificado como um projeto “Green Solution”, por conta do baixo consumo de água para os refrigeradores de ar e menor consumo energético para esse tipo de empreendimento. Com a economia recifense representada quase 60% pelo setor de serviços, a expectativa dos empreendedores é que sua construção, aliado ao cabo submarino, passe a ser uma vantagem competitiva de Pernambuco sobretudo para atrair empresas que ainda não estão instaladas no Recife, mas dependem de comunicação direta com as Américas, Europa e Ásia.
Para Halim Nagem, um dos empresários que integra o consórcio, o investimento melhorará ainda mais o ranking de Pernambuco e da cidade do Recife como opções para novos negócios para grandes corporações nacionais e internacionais. “A oferta de tráfego de dados em alta velocidade e com segurança é um dos primeiros critérios a serem observados pelos investidores. Mas mesmo os pequenos negócios e pessoas físicas também irão tirar proveito dessa operação”, observou. “A tecnologia estará disponível para todos. Já somos um polo logístico e tecnológico e, com esse aporte, daremos um salto ainda mais qualitativo”, complementou.
O empreendimento também deve funcionar como fator de atração para grandes players de tecnologia aportarem no Porto Digital, parque tecnológico de classe internacional que em 2019 abrigava mais de 339 empresas, gerando mais de 11,6 mil empregos diretos. O faturamento do Porto, no ano passado, foi de R$ 2,35 bilhões. Para se ter uma ideia, o polo pernambucano de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) é o terceiro maior contribuinte de ISS (Imposto Sobre Serviços) do Recife, atrás de saúde e educação.
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Otávio Bati