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Por que os times do Nordeste “não podem brigar por nada”?

A recente declaração do atacante Marinho, do Fortaleza, após a derrota para o Internacional por 2 a 1 no Estádio Beira-Rio, vai além de uma mera reclamação sobre arbitragem. Suas palavras refletem um sentimento latente entre torcedores e jogadores nordestinos: o histórico de desigualdade e desrespeito aos times da região em competições nacionais. Marinho expressou um desabafo que ecoa há décadas: “Estamos brigando pela liderança (do Brasileirão), mas os times do Nordeste não podem brigar por nada, porque o sistema é f***”.

Injustiça além das quatro linhas

Marinho reclamou da arbitragem após o segundo gol do Internacional, aos 38 minutos do segundo tempo. Na jogada, houve uma disputa acirrada na área que os jogadores do Fortaleza entenderam como falta. A decisão de validar o gol gerou revolta entre os atletas do time cearense. Marinho relatou ainda um episódio durante o jogo, em que o árbitro pediu desculpas por um cartão amarelo que o prejudicou. Esses episódios alimentam o sentimento de que os times do Nordeste são frequentemente prejudicados por decisões arbitrárias que afetam o desempenho e os resultados das partidas.

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O Histórico de Desrespeito: O Caso de 1987

O sentimento de exclusão e desrespeito não é novo. Um dos exemplos mais emblemáticos ocorreu no Campeonato Brasileiro de 1987, quando o regulamento previa um confronto entre os campeões dos módulos Verde e Amarelo para determinar o campeão nacional. No entanto, o Flamengo, campeão do Módulo Verde, se recusou a enfrentar o Sport, campeão do Módulo Amarelo, sob o argumento de que o Sport disputava a “segunda divisão”. A CBF posteriormente reconheceu o Sport como o legítimo campeão. Contudo, o episódio evidenciou a resistência em aceitar um time do Nordeste no topo do futebol brasileiro.

Time do Sport Campeão de 87
O Sport teve de ir à Justiça para conseguir ser Campeão de 87

A Força do Nordeste: Resistência e Evolução

Apesar dos desafios, os times do Nordeste têm mostrado que possuem força para disputar em alto nível. O Bahia, por exemplo, tem incomodado os grandes clubes do Sudeste ao montar uma equipe competitiva com o apoio financeiro de sua SAF, gerida pelo Grupo City. Investimentos robustos em contratações de peso já geraram incômodo em dirigentes de clubes tradicionais como Flamengo e Botafogo. Ao mesmo tempo, eles veem na ascensão do Bahia um novo competidor à altura.

Time titular do Bahia diante do Fortaleza - Foto: Letícia Martins | EC Bahia
O atual elenco do Bahia está incomodando os times do Sudeste. Foto: Letícia Martins | EC Bahia

Atualmente, a região Nordeste conta com três times na primeira divisão do Brasileirão. E dois dois deles figuram entre os sete primeiros colocados na tabela. Este avanço não é apenas um reflexo de bons investimentos, mas também da resiliência e paixão do povo nordestino pelo futebol.

Conclusão: O Futuro Promissor dos Clubes Nordestinos

A queixa de Marinho é um reflexo de um problema maior e histórico, mas a realidade atual dos clubes nordestinos é de crescimento e afirmação. Além do Brasileirão, a região abriga o maior e mais prestigiado torneio regional do país: a Copa do Nordeste, que celebra a força e a tradição do futebol nordestino. Ainda há um longo caminho pela frente, mas a força dos clubes do Nordeste é incontestável, e seu crescimento só tende a desafiar cada vez mais as antigas barreiras impostas pelo “sistema”.

Eliseu Lins

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