Quando se fala na Independência do Brasil, a imagem que vem à mente é a de Dom Pedro I às margens do Ipiranga, gritando “Independência ou Morte”. No entanto, a verdadeira independência do Brasil foi forjada no interior do Nordeste, nas cidades baianas de Cachoeira e Itaparica, com o protagonismo de baianos corajosos e determinados.
Em Cachoeira, a resistência contra o exército português foi intensa. Os baianos, utilizando todas as suas habilidades, incluindo a capoeira, enfrentaram as tropas lusitanas. Foi aqui que a população se mobilizou para tomar Salvador no dia 2 de julho, um movimento que contou com a valorosa ajuda de Maria Quitéria, uma das grandes heroínas da nossa história.
Os portugueses, ao planejarem invadir Cachoeira, decidiram passar por Itaparica. Porém, foram surpreendidos pelo Quilombo liderado por Maria Filipa. As mulheres do quilombo, usando de astúcia e força, aplicaram uma surra de cansanção nos soldados. Enquanto isso, os homens aproveitaram a distração para invadir e queimar os navios portugueses, infligindo um golpe devastador nas forças invasoras.
O fatídico dia 2 de julho
Em Salvador, no dia 2 de julho, a batalha tomou um rumo inesperado. O general Labatut, sabendo da desvantagem numérica contra os 7 mil homens do exército português, ordenou que o corneteiro Lopes tocasse uma marcha de retirada. Contudo, Lopes tocou a música errada, que indicava um ataque total. Sem hesitar, o exército baiano partiu com fúria para cima dos portugueses, que fugiram apavorados. Eles acreditavam que aquela era apenas a infantaria e que a cavalaria estava a caminho. Contudo, na verdade, aquele contigente era todo o exército baiano.
Por conta desses eventos heroicos, todo dia 2 de julho milhares de baianos vão às ruas para celebrar o verdadeiro dia da independência do Brasil. Esta data é motivo de grande orgulho, lembrando que a libertação foi fruto da união e coragem de negros, indígenas e mulheres, uma verdadeira revolução popular. Apesar de ter ocorrido meses depois do grito do Ipiranga (que não passou de briga monárquica de pai e filho), a luta pela independência começou no interior da Bahia, foi liderada por verdadeiros baianos e é um legado que continua a inspirar e encher de orgulho a todos nós.
Em suma, o comediante e professor de História Matheus Buente fez um vídeo bastante interessante sobre o assunto que vale a pena conferir.