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Poesia Popular do Nordeste ajuda ensino em sala de aula

Ele buscava estratégias inovadoras para o ensino de biologia no Nordeste. Dessa forma, o pesquisador Anderson Santos encontrou inspiração nos cordéis do renomado cearense Patativa do Assaré. Observando a presença marcante de temas biológicos nos folhetos populares, Santos decidiu incorporar a poesia popular nordestina às aulas de Biologia na Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O trabalho, parte do mestrado intitulado “Compondo os versos de uma ciência intercultural: Poesia popular nordestina e ensino de biologia,” realizado na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, destaca como a cultura local pode ser uma aliada poderosa para superar os desafios do ensino de biologia, especialmente nas regiões afastadas do conhecimento científico convencional.

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Explorando a Conexão Cultural

A abordagem adotada por Santos, fundamentada nos princípios educacionais de Paulo Freire, visa incorporar elementos da cultura nordestina e das vivências dos estudantes no processo educacional. A pesquisa analisa as poesias de Patativa do Assaré, buscando estabelecer conexões entre a natureza, a poesia e os conceitos biológicos, proporcionando uma abordagem contextualizada e inclusiva no ensino.

Segundo Santos, a poesia de cordel reflete as realidades e desafios enfrentados pelo povo nordestino, celebrando suas identidades, resistências e potencialidades. Com uma visão decolonialista, o pesquisador questiona a imposição cultural do colonialismo europeu no Brasil, defendendo a ampliação de abordagens socioculturais no aprendizado das ciências.

O Protagonismo dos Alunos

Apesar da resistência inicial dos alunos em associar poesia a aulas de ciências, Santos conseguiu envolvê-los efetivamente, desmistificando a ideia de que o professor detém todo o conhecimento. O resultado foi uma maior valorização do estudo da Biologia pelos estudantes, que se reconheceram enquanto nordestinos e aprenderam a partir da interseção entre o conhecimento científico e a cultura local.

Santos destaca que a resposta obtida reforça a importância do desenvolvimento de métodos alternativos para o ensino, afirmando que “a gente precisa diversificar as práticas e colocar os alunos como protagonistas.”

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Alunas apresentam trabalho em sala de aula.

Como incorporar a poesia popular no ensino?

Ao mesmo tempo, o trabalho de Santos dividiu-se em três partes. A princípio, explora sua própria experiência durante a formação escolar. Também com base na convivência familiar e sua percepção sobre o ensino da biologia. Assim, ao analisar 30 poesias de Patativa do Assaré, o pesquisador categoriza a abordagem da identidade regional e da biodiversidade nos textos do autor. Por último, ele visualizou como esses elementos podem ter incorporação ao ensino.

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A aplicação prática da pesquisa envolveu uma Sequência Didática Investigativa (SDI), baseada na Literatura de Cordel. Ao mesmo tempo, o trabalho foi validado cientificamente por especialistas. Além disso, a SDI foi aplicada em várias etapas, envolvendo a análise do cordel “Festa da Natureza”. Também ocorreram discussões sobre elementos culturais e bioma da caatinga. Por fim, também ocorreu a criação de poesias pelos próprios alunos, integrando a cultura nordestina às aulas de biologia de forma inovadora.

Em suma, Santos conclui que a poesia que emerge do povo nordestino pode ser um caminho para diversificar as práticas de ensino. Desse modo, mostra que a cultura local não apenas valoriza a afinidade regional, mas também enriquece o aprendizado.

Da Redação, com o jornal da USP

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