O Nordeste começou o ano de 2025 com o pé direito. De acordo com o Boletim Macro Regional, divulgado nesta semana, a região apresentou um crescimento de 4,1% no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado. O dado, baseado no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), mostra que o Nordeste segue sendo um motor importante da economia brasileira.
Esse avanço fortalece as expectativas de que a região continue crescendo ao longo do ano, mesmo diante de um cenário mais desafiador. A combinação entre aperto monetário do Banco Central e instabilidade internacional deve desacelerar o ritmo de crescimento em relação a 2024. Ainda assim, a expansão observada nos primeiros meses indica resiliência e potencial.
Indústria com desempenho misto
O desempenho industrial da região foi um dos pontos que trouxe mais nuances. Embora o Nordeste tenha registrado queda de -3,0% na produção industrial em comparação com janeiro de 2024, alguns estados se destacaram positivamente. Bahia e Ceará foram exceções, ajudando a conter perdas maiores, enquanto Pernambuco, Maranhão e Rio Grande do Norte apresentaram recuos mais acentuados.
No acumulado dos últimos 12 meses, a indústria nordestina cresceu 2,1%, levemente abaixo da média nacional de 2,9%. O setor de transformação puxou esse crescimento, enquanto a indústria extrativa teve desempenho negativo.
Serviços e mercado de trabalho em alta
O volume de serviços segue em leve retração na maioria dos estados nordestinos desde o fim de 2024. Contudo, alguns estados, como Bahia, Ceará e Paraíba, mostraram resistência com resultados positivos em janeiro/25. Ainda assim, na média dos últimos 12 meses, todos os estados do Nordeste registram crescimento no setor de serviços.

No mercado de trabalho, a região continua demonstrando força. Em fevereiro de 2025, o Nordeste gerou 37.090 novos postos de trabalho, superando com folga o número de janeiro e mostrando resiliência mesmo diante da política monetária mais rígida. O rendimento médio do trabalhador nordestino cresceu quase 7% na comparação com o mesmo trimestre de 2023.
Destaques do comércio exterior e arrecadação
Outro ponto de otimismo veio do comércio exterior: as exportações agropecuárias cresceram mais de 50% em relação a fevereiro de 2024, impulsionando ainda mais a balança comercial da região.
O Boletim também trouxe uma análise histórica da receita tributária dos municípios nordestinos, revelando a evolução ao longo de quase três décadas, e reforçando o peso crescente da região na arrecadação nacional.
Comparativo de indicadores econômicos – Nordeste vs Brasil
Indicador Econômico | Nordeste (2025) | Brasil (2025) |
---|---|---|
Crescimento do PIB (1º trimestre, interanual) | +4,1% | +3,9% |
Crescimento médio do PIB (2023-2024) | +3,2% ao ano | +3,3% ao ano |
Produção Industrial (jan/25 x jan/24) | -3,0% | +1,4% |
Crescimento da Indústria (últimos 12 meses) | +2,1% | +2,9% |
Volume de Serviços (últimos 12 meses) | Positivo em todos os estados | Crescimento moderado |
Geração de Empregos (fev/25) | +37.090 postos | Dados nacionais não informados |
Crescimento do rendimento médio do trabalho (trimestre/ano) | +7% | Não informado |
Exportações agropecuárias (fev/25) | +50% | Não informado |
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Apesar dos desafios do cenário nacional e internacional, o Nordeste mostra fôlego para manter um bom desempenho em 2025. A solidez no mercado de trabalho, o aumento da renda, o crescimento agropecuário e a performance positiva de estados-chave como Bahia e Ceará compensam os entraves setoriais. Com isso, a região segue como uma das protagonistas do crescimento econômico brasileiro.
Se o ritmo se mantiver, o Nordeste poderá fechar mais um ano como referência de dinamismo e superação regional.
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