A Petrobras anunciou a retomada dos investimentos na indústria naval baiana, com a construção de seis embarcações de apoio offshore no Estaleiro Enseada, localizado em Maragogipe, no Recôncavo Baiano, a cerca de 130 km de Salvador. O investimento total é estimado em R$ 2,58 bilhões, com previsão de 5,4 mil empregos diretos e indiretos ao longo dos quatro anos de construção.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira (9) com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do governador Jerônimo Rodrigues, da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e de ministros. Lula destacou que a medida representa a reconstrução da indústria naval brasileira, após anos de paralisação:
“Estamos recuperando uma das indústrias que mais geram empregos e inovação no país”, afirmou o presidente.

Embarcações modernas e sustentáveis
As novas embarcações, do tipo ORSV (Oil Spill Response Vessel), são especializadas no controle de vazamentos em alto-mar e serão operadas pela CMM Offshore Brasil para a Petrobras. Cada navio contará com sistema de propulsão híbrida, combinando motores elétricos, baterias e geradores a diesel e biodiesel — com possibilidade de conversão futura para etanol —, o que reduzirá em até 25% as emissões de CO₂.
Segundo Magda Chambriard, o projeto faz parte do plano de renovação da frota da estatal, que já contratou 44 das 48 embarcações previstas para construção em estaleiros brasileiros. A nova fase deve mobilizar 44 mil empregos e R$ 23 bilhões em investimentos no país.
Expansão do setor naval e geração de empregos
Durante o evento, o Ministério de Portos e Aeroportos também anunciou R$ 611,7 milhões para a construção de 80 novas embarcações, sendo R$ 550,5 milhões do Fundo da Marinha Mercante (FMM). O programa prevê 2 mil empregos diretos e visa fortalecer a navegação e o transporte aquaviário nacional.
“Aqui, no Estaleiro Enseada, renascem quase 7 mil empregos diretos de qualidade. É desenvolvimento local com mão de obra baiana”, destacou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Retomada das fábricas de fertilizantes
Além da indústria naval, a Petrobras também confirmou a retomada das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia e Sergipe (Fafen-BA e Fafen-SE), que voltarão a operar em janeiro de 2026, com investimento de R$ 38 milhões em cada unidade e geração de 750 empregos diretos por planta.
As fábricas produzirão amônia, ureia perolada e ARLA-32, e, junto à Araucária Nitrogenados (PR), responderão por 20% da produção nacional de fertilizantes — percentual que poderá chegar a 35% com a nova unidade em construção no Mato Grosso.
Parceria com o Governo da Bahia
A Petrobras e o governo estadual também assinaram um protocolo de intenções para reativar o canteiro de São Roque do Paraguaçu, que servirá ao acostamento e descomissionamento de plataformas de petróleo e poderá ser usado como apoio à construção da Ponte Salvador-Itaparica.
Resumo do investimento da Petrobras na Bahia
Projeto | Local | Investimento | Empregos gerados | Prazo |
---|---|---|---|---|
Construção de 6 embarcações ORSV | Maragogipe (Estaleiro Enseada) | R$ 2,58 bilhões | 5,4 mil | 4 anos |
Retomada das Fafen-BA | Candeias (BA) | R$ 38 milhões | 750 | Início em jan/2026 |
Expansão naval via FMM | Nacional | R$ 611,7 milhões | 2 mil | Em andamento |
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