Um estudo inédito realizado pelo Sebrae mostra que os pequenos negócios sergipanos (microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte) geram uma renda mensal de R$ 233,8 milhões para os empreendedores, o que significa um volume de quase R$ 2,8 bilhões ao ano injetados na economia do estado.
Os números constam no Atlas dos Pequenos Negócios, um documento que traz um panorama da atuação das micro e pequenas empresas em todo o país e que tem por base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao IV trimestre de 2021.
Para chegar a esses valores, o Sebrae levou em consideração a renda média dos empreendimentos e o total de pequenos negócios em atividade. O levantamento mostra que Sergipe possui 327,8 mil pessoas à frente do seu próprio empreendimento (empregadores e pessoas que atuam por conta própria), o que representa 1,1% do total do país.
Esses empresários atuam principalmente no setor de Serviços (33%), Comércio (32%) – segundo maior percentual entre os estados brasileiros, Agropecuária (18%), Construção Civil (10%) e Indústria (6%).
Um outro dado que chama a atenção na pesquisa é a presença das mulheres no comando das empresas. Trinta e sete por centro dos pequenos negócios sergipanos são comandados por pessoas desse sexo, o que coloca o estado em segundo lugar no ranking, em termos percentuais, de empreendedorismo feminino, atrás apenas do Rio de Janeiro.
Os donos de pequenos negócios em Sergipe têm um perfil definido. Eles são predominantemente negros (77% se autodeclaram pretos ou pardos), jovens (33% têm menos de 34 anos), atuam há mais de dois anos na atividade (76% do total), não possuem empregados (86%) e tem rendimento mensal de até um salário mínimo (65%). Catorze por cento deles possuem nível superior e apenas 25% contribuem para a previdência social
O papel do MEI
Um dos principais responsáveis pelo crescimento no número de pequenos negócios no estado é a figura do microempreendedor individual. Somente em 2021 foram abertos 25,2 mil negócios desse porte, o que representa 82,8% do total de empresas criadas em Sergipe.
O MEI é uma categoria jurídica direcionada as pessoas que trabalham por conta própria, faturam até R$ 81 mil ao ano, não possuem participação em outras empresas como sócio ou titular e empregam no máximo um funcionário recebendo o salário mínimo ou o piso da categoria.
Mediante o pagamento de uma taxa mensal de no máximo R$ 66,60 o trabalhador passa a contar com auxílio doença, salário maternidade, aposentadoria após 15 anos de serviço e pensão por morte. Outros benefícios importantes são poder vender para o governo, ter acesso facilitado aos serviços bancários e linhas de crédito
Do total de MEI formalizados no estado, 83% deles, um universo de 63,6 mil pessoas, encontra-se exercendo suas atividades. Juntos, eles faturam mensalmente R$ 85,7 milhões, o que corresponde a R$ 1,02 bilhão por ano.
“O MEI se consolidou como uma importante porta para a formalização da atividade empreendedora. Isso fica ainda mais claro quando percebemos que 57% dos MEI eram pessoas que tinham emprego com carteira assinada e outros 28% estavam na informalidade, quer seja com um negócio informal quanto como um emprego sem carteira assinada. Esse foi então o caminho que elas encontraram para continuar tendo a sua fonte de subsistência”, explica o superintendente do Sebrae, Paulo do Eirado.
Outros dados que chamam a atenção é que 78% dos MEI tem no empreendedorismo a sua única fonte de renda e para 37% essa é a única fonte do domicílio. O estudo completo está disponível no site www.datasebrae.com.br