A visita ao Pelourinho proporciona uma conexão profunda com os elementos culturais, a economia local e a gastronomia, oferecendo uma experiência única para baianos e turistas. Este bairro histórico representa a memória e a identidade cultural de Salvador, a primeira capital do Brasil, tendo sido palco dos primeiros eventos políticos do país. Atualmente, é um dos principais pontos turísticos da cidade, destacando-se como cenário diversificado para uma programação promovida pelo Governo do Estado.
O secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro, destaca o desafio de valorizar a cultura raiz e identitária, ao mesmo tempo em que se reconhecem as novas expressões culturais. O Pelourinho, segundo ele, é a síntese perfeita desse encontro entre tradição e as manifestações contemporâneas que enriquecem a cultura local.
O passeio por Pelourinho reserva surpresas e encontros inesperados, como o caso do turista argentino Manuel Chiarello, que se deparou com um cortejo musical enquanto explorava o local. Esse passeio levou-o ao Centro Cultural Solar Ferrão, gerido pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), vinculado à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA). Chiarello ficou fascinado pela exposição ‘Máscaras – entre ATOS do Acervo’, que destaca máscaras africanas, incluindo as geledés das sociedades tradicionais yorubás, e outras provenientes de diversas etnias africanas.
A exposição, idealizada por Cláudio Masella e curada por Nivia Luz e Adriana Cravo, apresenta aproximadamente 100 máscaras, contribuindo para a efervescente programação cultural que anima Pelourinho ao longo da estação. O turista argentino expressou sua admiração pela cidade, destacando a arquitetura, a musicalidade e agora, as impressionantes máscaras que enriquecem ainda mais a sua experiência em Salvador.
Essência da Bahia
Luciana Mandelli, diretora-geral do Ipac, informou que a intenção por trás das ações em apresentar uma experiência autêntica, refletindo a essência das manifestações culturais da Bahia. Ela enfatizou que esses investimentos fazem parte das iniciativas do Verão nos Museus, visando dinamizar esses espaços para que os visitantes que chegam à Bahia pela primeira vez possam vivenciar a autêntica apresentação popular do estado. No Solar Ferrão, ocorre a exposição “Afoxés Cultura Ancestral”, e recentemente, um cortejo pelas ruas do Centro Histórico proporcionou uma experiência única, contribuindo para a política de organização popular e visibilidade dos patrimônios imateriais.
Além do Solar Ferrão, a programação de verão inclui uma residência com artistas urbanos de grafite e hip-hop no Museu Tempostal, onde batalhas de rima abertas e gratuitas serão realizadas. O Museu Udo Knoff apresentará uma exposição de cerâmicas. Diversos largos, como Tereza Batista, Quincas Berro D’Água, Cruzeiro do São Francisco e Pedro Arcanjo, serão palco de apresentações de grupos como Afrocidade, Partido Popular e Cascadura, além de festivais de música, rodas de samba e cortejos populares.
Em dezembro, a Secretaria de Cultura (Secult) e o Ipac anunciaram um investimento de R$ 7 milhões para celebrar os 38 anos do Centro Histórico de Salvador. Esses recursos serão destinados à restauração, manutenção predial e acessibilidade do Solar Ferrão, bem como à criação do ‘Centro Odé Kayodê de Referência às Matriarcas de Matriz Africana’, localizado na casa onde nasceu mãe Stella de Oxóssi (1925–2018), na Ladeira do Ferrão.
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Pelourinho mais seguro
O Pelourinho é uma das áreas de grande fluxo turístico, que recebe a Operação Verão, da Secretaria de Segurança Pública (SSP), com ampliação do policiamento e do reforço das forças de segurança na capital baiana. O bairro integra os trabalhos policiais que atendem a todo o Centro Histórico. Segundo o major Normando Júnior, subcomandante do 18º Batalhão de Polícia Militar, além da Operação Verão, a região também conta com outras estratégias de monitoramento que já reduziram, desde novembro de 2023, 80% das ocorrências registradas em relação aos meses anteriores.
“Nós temos a Operação Caboré, que é uma operação de inteligência. Nós temos agentes de inteligência nossos fazendo o levantamento dos pontos sensíveis e notáveis aqui da área do Pelourinho e do Centro Histórico, onde a marginalidade costuma atuar, para que a gente possa redirecionar o policiamento uniformizado. Nos dias que têm navios na cidade, fazemos a Operação Navio, que também intensifica os pontos da Cidade Baixa até aqui o Centro Histórico, e os pontos por onde os turistas que desembarcam no navio costumam trafegar”, explicou, reforçando que são estratégias que acontecem o ano inteiro.
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A carioca Larissa Pujales está pela sétima vez em Salvador, agora com sua filha de 4 anos, e diz sentir segurança para visitar não só pontos clássicos do Pelourinho, como o Santo Antônio Além do Carmo, que elas não conheceram ainda. “Estou impressionada com a segurança que está aqui. Estou vendo vários policiais pela região. Me sinto bem protegida. E Salvador, para mim, é uma terra apaixonante. Esse calor baiano é maravilhoso e, sempre que eu tenho oportunidade, retorno para Salvador, porque essa terra é muito cativante. Hoje eu vim trazer minha filha para conhecer o Pelourinho e o Carmo, que eu tenho ouvido falar muito bem”.
Fotos segurança: Mateus Pereira/GOVBA
Fotos cultura Pelourinho: Fernando Vivas/GOVBA