A Paraíba é um estado rico em cultura, história e tradições. Seus municípios guardam memórias, saberes e identidades que merecem ser reconhecidas e preservadas. Pensando nisso, o governo da Paraíba sancionou nesta quarta-feira, 14 de novembro, quatro leis que valorizam a cultura e a história de alguns municípios do estado. As leis são de autoria dos deputados estaduais Chico Mendes e André Gadelha, ambos do Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Cajazeiras, a Cidade que ensinou a Paraíba a ler
A primeira lei, de número 12.876, reconhece a cidade de Cajazeiras como “Cajazeiras, a Cidade que ensinou a Paraíba a ler”. A lei homenageia a trajetória educacional e cultural de Cajazeiras, que foi pioneira na alfabetização e na formação de professores no estado.
Cajazeiras foi fundada em 1835 pelo padre Inácio de Sousa Rolim, que criou a primeira escola pública da Paraíba, em 1846. O padre Rolim tinha uma visão progressista e humanista da educação, e defendia que todos, independentemente de classe, gênero ou cor, tinham direito ao ensino. Ele também incentivava a leitura, a escrita, as artes e as ciências, e formou vários intelectuais, políticos, religiosos e artistas que se destacaram na história da Paraíba e do Brasil.
Cajazeiras também foi a primeira cidade do interior do Nordeste a ter um curso superior, em 1876, quando foi criado o Liceu de Cajazeiras, que depois se tornou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras, em 1970. Hoje, Cajazeiras é um polo educacional, que conta com diversas instituições de ensino, como a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), o Instituto Federal da Paraíba (IFPB), a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e a Faculdade Santa Maria.
A lei determina que nas ações de divulgação oficial sobre o município de Cajazeiras, obrigatoriamente, deverá constar a expressão: Cajazeiras, a Cidade que ensinou a Paraíba a ler.
A Festa da Padroeira de Nossa Senhora dos Remédios
A segunda lei, de número 12.880, inclui no Calendário Oficial de Eventos Turísticos do Estado da Paraíba, a tradicional Festa da Padroeira de Nossa Senhora dos Remédios, realizada anualmente, de 29 de agosto ao dia 08 de setembro, no município de Sousa.
A festa é uma das mais antigas e populares do estado, e reúne milhares de fiéis e devotos de Nossa Senhora dos Remédios, a padroeira de Sousa. A festa tem origem no século XVIII, quando o padre José de Barros Lima trouxe de Portugal uma imagem da santa, que foi colocada na capela do sítio São Gonçalo, onde hoje é a cidade de Sousa. A imagem logo se tornou objeto de veneração e de milagres, e passou a atrair peregrinos de várias partes do estado e do país.
A festa é composta por uma programação religiosa e cultural, que inclui novenas, missas, procissões, quermesses, shows, exposições, feiras e leilões. A festa também é uma oportunidade de valorizar a cultura e a história de Sousa, que é conhecida como a Cidade Sorriso, e que possui um rico patrimônio arqueológico, histórico e natural.
As festividades tradicionais de Bernardino Batista
A terceira lei, de número 12.882, inclui no Calendário Oficial de Eventos do Estado da Paraíba, as festividades tradicionais do município de Bernardino Batista, realizadas anualmente, nos meses de junho, setembro e novembro, respectivamente.
As festividades são o FORROPAD, a Emancipação Política e a Festa do Caju, que celebram a cultura, a história e a economia de Bernardino Batista, um dos menores e mais jovens municípios do estado, fundado em 1994.
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O FORROPAD é uma festa junina, que acontece no dia 13 de junho, dia de Santo Antônio, o padroeiro da cidade. A festa reúne atrações musicais, comidas típicas, quadrilhas, fogueiras e muito forró.
A Emancipação Política é uma festa cívica, que acontece no dia 29 de setembro, dia em que Bernardino Batista se tornou um município independente de Uiraúna. A festa conta com desfiles, hasteamento de bandeiras, missa, shows e homenagens aos fundadores e às personalidades da cidade.
A Festa do Caju é uma festa agropecuária, que acontece no mês de novembro, quando ocorre a safra do caju, uma das principais culturas da região. A festa promove a exposição e a comercialização do caju e de seus derivados, como a castanha, o doce, a rapadura e a cachaça. A festa também oferece shows, palestras, cursos e concursos.
O Dia do Sertanejo
A quarta lei, de número 12.883, institui no Calendário Oficial do Estado da Paraíba, o Dia do Sertanejo, a ser comemorado anualmente, no dia 03 de maio.
O dia homenageia o povo sertanejo, que habita a região semiárida do estado, e que se caracteriza pela sua resistência, sua fé, sua criatividade, sua diversidade e sua identidade. O dia também celebra a cultura sertaneja, que se expressa na música, na literatura, na arte, na religião, na culinária, no artesanato, nas festas e nas tradições.
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O dia foi escolhido em referência ao dia de Santa Cruz, uma das santas mais populares do sertão, que é invocada para proteger as plantações, os animais e as pessoas da seca, da fome e das pragas. O dia de Santa Cruz é marcado por rituais, como a bênção das cruzes, a reza do terço, a queima de fogos e a distribuição de comidas.
A importância das leis para a Paraíba
As leis sancionadas pelo governo da Paraíba representam um reconhecimento e uma valorização da cultura e da história de seus municípios, que são parte integrante e indissociável da identidade e da memória do estado. As leis também incentivam o turismo, a educação, a economia e o desenvolvimento desses municípios, que oferecem aos visitantes e aos moradores uma diversidade de atrativos e de potencialidades.