Um dos tesouros arqueológicos mais enigmáticos do Brasil está prestes a ganhar uma proteção especial. O Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), divulgou o estudo técnico para a criação do Monumento Natural Itacoatiaras do Ingá.
A princípio, a proposta visa transformar o famoso sítio arqueológico em uma Unidade de Conservação de Proteção Integral. Assim, uma consulta pública ocorre até o dia 3 de setembro. O objetivo é convidar para a população participe ativamente da preservação deste patrimônio.
O que é a Pedra do Ingá?
Localizadas no município de Ingá, a 105 km de João Pessoa, as Itacoatiaras são um conjunto impressionante de inscrições rupestres (petróglifos) entalhadas em baixo-relevo em uma formação rochosa. A origem, a idade exata e o significado desses símbolos permanecem um mistério que há décadas instiga arqueólogos e historiadores. Justamente por sua fragilidade e importância única, o local demanda uma proteção mais robusta.
Por que criar um monumento natural?
Ao mesmo tempo, o estudo técnico realizado pela Semas ao longo do primeiro semestre de 2025 identificou as principais ameaças ao sítio: a ocupação irregular do entorno e o turismo desordenado. A transformação da área em uma Unidade de Conservação de Proteção Integral é a estratégia mais eficaz para combater esses problemas.
Essa classificação garante:
- Proteção Legal Fortalecida: Reconhecimento oficial no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
- Fomento à Pesquisa: Criação de um ambiente propício para o desenvolvimento de pesquisas científicas que possam desvendar os segredos das pedras.
- Turismo Sustentável: Implementação de programas de educação ambiental e estruturação de uma visitação que respeite e preserve o patrimônio, aliando desenvolvimento regional à conservação.
- Valorização Cultural: Proteção integral do patrimônio arqueológico e cultural, mantendo viva a história dos povos indígenas que habitaram a região.
Uma janela para a nossa pré-história
Para a secretária de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade, Rafaela Camaraense, a iniciativa é crucial. “A criação das unidades de conservação garante a proteção da biodiversidade, do patrimônio arqueológico e cultural. Em Ingá, esse monumento natural preserva nossa pré-história — um importante sítio arqueológico que mantém viva a tradição dos povos indígenas que habitaram nosso estado. Além disso, incentiva o desenvolvimento do turismo na região”, afirmou.
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Como Participar Deste Momento Histórico?
A participação da sociedade é fundamental neste processo. Até 3 de setembro, qualquer cidadão pode acessar o portal do governo, ler o estudo técnico na íntegra e enviar suas contribuições através da Consulta Pública online.
Além disso, no próprio dia 3 de setembro, será realizada uma audiência pública no município de Ingá. Desse modo, vai reunir pesquisadores, moradores, autoridades e interessados para discutir a proposta presencialmente.
É a chance de ajudar a escrever um novo capítulo na história da Paraíba: um que garanta que as misteriosas pedras do Ingá continuem a encantar e intrigar as gerações futuras.
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