O mercado de trabalho brasileiro apresentou sinais de recuperação no trimestre móvel encerrado em agosto, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (29). A pesquisa mostra que houve expansão na quantidade de trabalhadores tanto no segmento formal quanto no informal, além de aumento no rendimento médio e na massa de rendimento. O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado (excluindo trabalhadores domésticos) foi de 37,248 milhões, o maior contingente desde fevereiro de 2015, quando foi de 37,288 milhões. Essa quantidade significa alta de 1,1% no confronto entre trimestre, ou seja, mais 422 mil com carteira de trabalho assinada. Na comparação anual, o aumento é de 3,5% (mais 1,3 milhão).
Também o número de empregados sem carteira no setor privado cresceu, passando para 13,2 milhões, aumento de 2,1% no trimestre (mais 266 mil pessoas), com estabilidade na comparação anual. Esses dados indicam que o mercado de trabalho está se recuperando da crise provocada pela pandemia de Covid-19, que afetou principalmente os trabalhadores informais. Segundo o IBGE, a taxa de informalidade foi de 39% no trimestre encerrado em agosto, abaixo dos 40% registrados no trimestre anterior e dos 41% do mesmo período do ano passado.
Estabilidade nos demais grupos ocupacionais
Além disso, também houve estabilidade no número de empregadores (4,2 milhões de pessoas) e na quantidade de empregados no setor público (12,2 milhões de pessoas). Já o contingente de trabalhadores por conta própria (25,4 milhões de pessoas) ficou estável frente ao trimestre anterior e caiu 2% no ano, uma perda de 509 mil pessoas. Entre os trabalhadores domésticos, houve alta de 2,8% frente o tri encerrado em maio, chegando a 5,9 milhões de pessoas.
Esses resultados mostram que os grupos ocupacionais mais afetados pela pandemia ainda não se recuperaram totalmente. Segundo o IBGE, os trabalhadores por conta própria e os domésticos foram os que mais perderam ocupação desde o início da crise sanitária. Por outro lado, os empregadores e os empregados no setor público foram os que menos sofreram impactos negativos.
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Rendimento médio fica estável em agosto e massa de rendimento bate recorde
O rendimento real habitual do trimestre encerrado em agosto ficou estável na comparação com o tri de maio e foi de R$ 2.947. No ano, esse valor significa um crescimento de 4,6%. A massa de rendimento real habitual, por sua vez, chegou a R$ 288,9 bilhões e bateu recorde da série histórica, crescendo 2,4% frente ao trimestre anterior e 5,5% na comparação anual.
Esses dados revelam que a melhora do mercado de trabalho também se refletiu na renda dos trabalhadores. Segundo o IBGE, o aumento da massa de rendimento foi puxado pelo crescimento do número de ocupados com carteira assinada e pelo reajuste do salário mínimo. Além disso, a pesquisa aponta que houve redução da desigualdade na distribuição da renda entre os trabalhadores.