A arara-azul-de-lear, uma espécie ameaçada de extinção, foi escolhida como símbolo do projeto e pode ser avistada nas zonas turísticas Caminhos do Sertão e Lagos e Cânions do São Francisco. Além dessa espécie, há pelo menos outras sete espécies endêmicas na região, o que significa que só são encontradas neste local onde o roteiro foi estabelecido.

 Este roteiro abrange mais de 50 municípios na Bahia e inclui 12 zonas turísticas onde podem ser observadas centenas de espécies de aves catalogadas

Antônio Maia, gestor da Espinita, uma reserva particular de patrimônio natural localizada em Igrapiúna, na Costa do Dendê, é um dos participantes do projeto. A reserva, que tem mais da metade de sua área coberta por Mata Atlântica, registra mais de 200 espécies de aves e recebe observadores e pesquisadores desde 2016.

Devido à sua importância ambiental, a Secretaria de Turismo incluiu a Espinita no roteiro. “Esta é uma atividade crescente globalmente e oferece uma nova oportunidade para a Bahia diversificar seu turismo. Com locais de observação de aves, além de hospedagem e alimentação, movimentamos a economia do estado,” afirma Maia.

Leonardo Casadei, fotógrafo e biólogo, autor de um livro sobre tucanos e pica-paus da Mata Atlântica, destaca a importância do roteiro como um exemplo de economia sustentável que também promove a consciência ambiental. “Achei a iniciativa essencial. Governantes deveriam se inspirar em políticas públicas como esta, que incentivam a preservação das áreas naturais. A observação de aves permite que as pessoas se reconectem com a natureza e com sua verdadeira essência. Promover práticas que incentivem o turismo sustentável e a preservação é o caminho para a sustentabilidade, mostrando que florestas preservadas têm muito mais valor, gerando emprego, renda e diminuindo os impactos do aquecimento global,” ressalta Casadei.

A Secretaria de Turismo da Bahia coordenou a criação do roteiro com a consultoria de especialistas e pesquisadores, além de gestores de reservas ambientais públicas e privadas. Eles identificaram as regiões da Bahia com maior diversidade de espécies. O mapeamento foi realizado no ano passado e, desde então, a secretaria capacitou os serviços de turismo para atender os observadores de aves. Além de gerar empregos e atrair visitantes nacionais e estrangeiros, a expectativa é que o projeto contribua para a preservação das aves.

REDAÇÃO com Agência Brasil