Apesar das dificuldades históricas enfrentadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Nordeste tem mostrado um desempenho surpreendente em relação ao tempo médio de espera por consultas médicas. De acordo com dados atualizados de 2024, a região apresenta a menor média do país: apenas 29 dias, bem abaixo da média nacional, que é de 57 dias.
Esse desempenho coloca o Nordeste como referência em eficiência e organização da rede pública de saúde, especialmente em comparação com outras regiões que enfrentam tempos de espera muito mais elevados, como o Centro-Oeste (82 dias) e o Sudeste (67 dias).
O tempo de espera para consultas do SUS no Nordeste
Estado
Tempo Médio de Espera (dias)
Piauí
10 dias
Bahia
12 dias
Alagoas
13 dias
Maranhão
17 dias
Ceará
31 dias
Sergipe
31 dias
Paraíba
34 dias
Rio Grande do Norte
42 dias
Pernambuco
73 dias
Comparativo com outras regiões do Brasil
Contudo, fora do Nordeste, o estado com melhor desempenho é Roraima, com 24 dias de espera. Em contraste, regiões como o Sul, Sudeste e Centro-Oeste enfrentam tempos muito mais longos:
Região
Tempo Médio de Espera (dias)
Norte
55 dias
Nordeste
29 dias
Sudeste
67 dias
Sul
73 dias
Centro-Oeste
82 dias
Distrito Federal (Brasília)
+150 dias
Consulta no SUS. Foto: Governo Federal
O que explica essa diferença?
A princípio, nos estados com maior tempo de espera, há problemas estruturais que afetam diretamente o funcionamento do SUS:
Escassez de médicos e profissionais da saúde;
Alta rotatividade de equipes;
Salários baixos e falta de incentivos;
Dependência de terceirizados;
Superlotação mesmo em hospitais de referência;
Condições precárias de trabalho.
Ao mesmo tempo, no Nordeste, muitos estados têm apostado em estratégias como:
Fortalecimento da atenção primária;
Integração entre postos de saúde e hospitais regionais;
Melhoria na gestão e descentralização dos atendimentos;
Capacitação de profissionais e melhor uso de tecnologias de agendamento.
Assim, enquanto algumas regiões do país enfrentam filas intermináveis e dificuldades crônicas no SUS, o Nordeste mostra que é possível oferecer um serviço mais ágil e humanizado à população. Com investimentos estratégicos e boa gestão, o tempo de espera pode ser reduzido — e isso salva vidas.