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Nordeste tem novos leilões de energia; entenda como funciona esse tipo de contratação

Os três leilões de energia realizados na sexta-feira (14/11) movimentaram R$ 6,48 bilhões e garantiram contratos para 42 usinas, grande parte delas localizadas nas regiões Norte e Nordeste, onde se concentra o maior potencial brasileiro ...
Redação, da Agência NE9
18 de novembro de 2025 - às 05:33
Atualizado 18 de novembro de 2025 - às 05:33
4 min de leitura

Os três leilões de energia realizados na sexta-feira (14/11) movimentaram R$ 6,48 bilhões e garantiram contratos para 42 usinas, grande parte delas localizadas nas regiões Norte e Nordeste, onde se concentra o maior potencial brasileiro de geração renovável — especialmente eólica e solar.

Os certames, organizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), registraram um deságio médio de 15,45%, o que significa economia. No total, os consumidores devem economizar R$ 1,18 bilhão, graças aos preços mais baixos ofertados pelas empresas.

Usina de Energia Eólica (UEE) em Icaraí, no Ceará (CE)

O que é, afinal, um leilão de energia?

Um leilão de energia funciona como uma “compra coletiva” organizada pelo governo.
As distribuidoras — empresas que levam energia até as casas — dizem quanto vão precisar nos próximos anos.
As usinas interessadas fazem ofertas e vence quem vende energia pelo menor preço.

É assim que o Brasil garante que não falte eletricidade no futuro e que a conta de luz não fique mais cara do que o necessário.

Nos leilões A-1, A-2 e A-3, o número após a letra indica em quantos anos a entrega da energia contratada vai começar:

  • A-1: início em 2026
  • A-2: início em 2027
  • A-3: início em 2028

Todos os contratos têm duração de dois anos.

Situação do Nordeste

O Nordeste segue como motor das energias renováveis no país, especialmente no segmento eólico e solar. Estados como Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí estão entre os maiores produtores de energia limpa e formam o principal polo de expansão do setor.

Nos leilões mais recentes, diversas usinas instaladas nessas regiões garantiram novos contratos, reforçando o papel estratégico do Nordeste no abastecimento nacional e na transição energética.

A região se beneficia de fatores como:

  • Ventos constantes e de alta qualidade (eólica)
  • Grande incidência solar (fotovoltaica)
  • Estruturas já consolidadas de transmissão
  • Ambiente regulatório e econômico favorável para novos investimentos

Panorama dos três leilões

Leilão A-1 (entrega a partir de 2026)

  • Deságio: 26,52%
  • Preço médio: R$ 203,89/MWh
  • Montante contratado: R$ 2,16 bilhões
  • Potência média negociada: 600,4 MW
  • Volume: 10,5 TWh

Teve 14 vencedores, incluindo Enel, Auren, Atiaia, Coqueiral e Zeta Energia.

Leilão A-2 (entrega a partir de 2027)

  • Deságio: 14,42%
  • Preço médio: R$ 203,60/MWh
  • Montante contratado: R$ 2,28 bilhões
  • Potência média: 631,4 MW
  • Volume: 11,1 TWh

Entre os vencedores estão BTG Pactual Energia, EDF, EDP, Engie e Paecom.

Leilão A-3 (entrega a partir de 2028)

  • Deságio: 0,99%
  • Preço médio: R$ 212,88/MWh
  • Montante contratado: R$ 2,04 bilhões
  • Potência média: 546,8 MW
  • Volume: 9,6 TWh

A lista de vencedores tem nomes como BTG Pactual, Enel, Tradener, Ibitu e Danúbio UFV.

Estados atendidos

A energia contratada nesses certames vai atender distribuidoras de 10 estados:
Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe — reforçando a importância da produção do Nordeste para suprir a demanda nacional.

Por que isso importa para o consumidor?

  • Garante estabilidade no abastecimento
  • Reduz riscos de apagões
  • Evita aumentos bruscos na conta de luz
  • Estimula investimentos e empregos no setor de energias renováveis — especialmente no Nordeste

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