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Nordeste tem 2.882 projetos inscritos na Lei Rouanet; veja por estado

O programa Rouanet Nordest encerrou seu período de inscrições com 2.882 propostas culturais enviadas de todos os cantos da região Nordeste
Redação, da Agência NE9
10 de setembro de 2025 - às 07:59
Atualizado 10 de setembro de 2025 - às 07:59
4 min de leitura

A cultura nordestina acaba de dar um show de força e representatividade. O programa Rouanet Nordeste, uma iniciativa estratégica do Ministério da Cultura (MinC), encerrou seu período de inscrições com um número extraordinário: 2.882 propostas culturais enviadas de todos os cantos da região Nordeste.

A princípio, o volume é uma declaração potente da efervescência cultural dessa parte do país. Desse modo, supera com folga outros programas especiais da Lei Rouanet, como o Norte (1.074), o das Favelas (330) e o da Juventude (1.086). Com um investimento total de R$ 40 milhões, o programa é uma parceria entre o MinC e grandes empresas como Banco do Brasil, Petrobras, Caixa Econômica Federal e outras, com um objetivo claro: fortalecer a diversidade cultural e descentralizar o acesso aos recursos.

Bahia na vanguarda, Pernambuco e Ceará no pódio

Ao mesmo tempo, a energia criativa da Bahia se manifestou em números. O estado foi o campeão absoluto de inscrições na Lei Rouanet, enviando incríveis 632 propostas. Logo atrás, Pernambuco confirmou seu lugar de destaque no cenário artístico nacional com 550 projetos, e o Ceará fez bonito com 402 inscrições. A adesão maciça demonstra a sede de fomento e a vastidão de talentos que aguardam uma oportunidade para florescer.

Confira a tabela completa com a distribuição por estado:

Unidade Federativa (UF)Quantidade de Propostas
Bahia632
Pernambuco550
Ceará402
Maranhão293
Paraíba276
Rio Grande do Norte203
Piauí177
Alagoas117
Sergipe78
Total2.882

Artes cênicas e música lideram as inscrições

Ao analisar as áreas culturais, fica claro onde pulsam mais forte as expressões artísticas da região. As Artes Cênicas (teatro, dança, circo) dominam o panorama, representando 24,32% do total, com 701 projetos. A Música, outra paixão nacional com raízes profundas no Nordeste, vem em um close segundo lugar, com 674 propostas (23,39%).

Audiovisual completa o top 3 com expressivos 553 projetos (19,19%), mostrando a força da produção de cinema e vídeo na região. As demais áreas se distribuíram entre Patrimônio Cultural, Artes Visuais e Humanidades.

Outro dado crucial é o perfil dos projetos pela faixa de valor solicitada:

  • 65,6% (1.892 projetos): até R$ 200 mil
  • 22,5% (648 projetos): entre R$ 200 mil e R$ 500 mil
  • 11,9% (342 projetos): entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão

Isso indica uma predominância de projetos de menor e médio porte, muitos deles provavelmente capitaneados por artistas independentes e coletivos culturais, que são o coração da cena cultural local.

Lei Rouanet é um marco para a democratização cultural

De acordo com a ministra da Cultura, Margareth Menezes, os números falam por si só: “Esses números só confirmam a importância e urgência de editais como esse, que expandam o acesso aos recursos da Lei Rouanet para estados onde o fomento não costumava chegar. Precisamos cada vez mais explorar a diversidade cultural e as potencialidades criativas de todas as regiões do Brasil.”

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, durante o lançamento do Programa. Foto: Governo Federal

A opinião é compartilhada por Henilton Menezes, secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, que vê no programa uma forma de consolidar o setor cultural como um vetor de desenvolvimento: “O objetivo é fortalecer a diversidade da cultura brasileira em sua raiz e consolidar, ainda mais, o setor produtivo cultural como um poderoso vetor de desenvolvimento social e econômico.”

Assim, a Rouanet Nordeste não é apenas mais um edital; é uma correção de rota, um reconhecimento oficial da imensa riqueza cultural que emana do Nordeste. É investimento direto na raiz, que promete irrigar o solo fértil da criatividade brasileira e fazer florescer, com mais força e justeza, a verdadeira cultura popular do nosso país.

Agora, a bola está com os avaliadores. Mal podemos esperar para ver quais desses quase 3 mil sonhos se tornarão realidade e movimentarão a cena cultural brasileira.

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