Quando o cantor Chorão escreveu os versos “meu escritório é na praia”, todo mundo achava uma utopia trabalhar em um local tão diferente e paradisíaco. Com o passar dos anos e a realidade do home office e o trabalho remoto favorecido pela internet, a canção do Charlie Brown Jr. ganhou uma conotação de vanguarda e hoje, quando se fala em nômade digital vem logo à mente essa música. E o Nordeste também.
O nomadismo digital é um estilo de vida é uma tendência que ganhou mais popularidade após a pandemia de Covid-19, por conta do trabalho remoto (ou home office), uma modalidade que permite que as pessoas trabalhem de casa. A partir daí, muita gente começou a perceber que é possível, sim, trabalhar de casa, mas também é possível trabalhar de qualquer lugar do Brasil.
Entretanto, é preciso deixar claro que nem toda pessoa que trabalha de forma remota é considerada um nômade digital, pois os nômades digitais são aqueles que trabalham à distância, viajam ao mesmo tempo e que buscam conhecer variedade de locais de tempos em tempos, se movimentando pelos destinos.
Quem ganha é o turismo
Essa união de trabalho e viagem favorece o turismo nacional, e faz com que o nômade digital, ou aquela pessoa que consegue viajar enquanto trabalha (mesmo que seja por um período específico) aproveite para conhecer os atrativos do destino “escritório” da vez. E o Nordeste se destaca nesta lista que citamos abaixo.
VILA NÔMADE – A primeira parada é em local paradisíaco: a Praia de Pipa, em Tibau do Sul (RN). Isso porque o lugar vai receber a primeira Vila Nômade instalada na América do Sul, fazendo com que o Brasil seja pioneiro na região.
A iniciativa foi fruto de articulação do Ministério do Turismo com a Nomadx – uma das maiores empresas do segmento no mundo e responsável pela ideia. O local foi o escolhido por ser um destino que une natureza, uma boa conexão com a internet, segurança e tranquilidade.
SOSSEGO – Seja praia de água salgada ou de água doce, o nome digital ou o trabalhador remoto que viaja Brasil adentro, tem que dar uma passadinha em Itacaré (BA). O primeiro é simplesmente um dos destinos mais bonitos do litoral da Bahia, coberto pela Mata Atlântica e abrigando praias praticamente desertas. Por lá, o trabalhador viajante entra em contato com a tranquilidade oferecida pela região, onde é possível conhecer os atrativos andando. O clima é de cidade pequena e com infraestrutura ideal para o trabalho.
FRIO DA SERRA – Outro paraíso que deixa marcado a experiência da vida nômade é Guaramiranga (CE). Em estilo colonial e lembrando a arquitetura suíça (por isso mesmo é conhecida como a “suíça cearense”), Guaramiranga desperta a curiosidade do turista por ter aquele ar europeu, com clima frio e chuva fina, em pleno estado do Ceará, conhecido por suas belezas naturais que envolvem o calor.
Na “suíça cearense, o viajante também encontra as belezas da mata frondosa. Aproveite e estenda a viagem para o município vizinho, Mulungu (CE), que vai proporcionar uma imersão na natureza e um café colonial delicioso, produzido organicamente na região.
Demais locais do Brasil
ILHA DA MAGIA – A querida Florianópolis (SC), ou “Floripa” para os íntimos, também é destino paradisíaco que deve estar na lista dos nômades. A cidade é conhecida como “Ilha da Magia” e faz jus ao nome: variedade de baladas, bons restaurantes, praias espetaculares, um pôr do sol que aquece o coração de tão lindo, e uma boa conexão de internet. Resumindo: o combo perfeito para um nômade digital, pois Floripa mistura o requinte da cidade grande com a calmaria de um ambiente natural.
VIAGEM NO TEMPO – Para aqueles nômades que curtem uma pegada histórica, o “escritório” vai ser Ouro Preto (MG). A princípio, o local foi palco da Inconfidência Mineira e recheada de monumentos. Além disso, a cidade respira história e o nômade que se sentar em algum café ou restaurante ou caminhar pelas ruas de Ouro Preto vai voltar no tempo e perceber a grandeza de um período histórico.
A cidade tem o maior conjunto barroco do mundo e uma das principais regiões do ciclo do ouro. Ao mesmo tempo, a cidade é um museu a céu aberto e foi o primeiro sítio brasileiro considerado Patrimônio Mundial pela UNESCO.