Se o seu gasto no supermercado pareceu um pouco menor no mês passado, não foi impressão. Dados oficiais confirmam uma tendência de baixa nos preços dos alimentos essenciais, trazendo um respiro para o orçamento das famílias brasileiras, com destaque para as capitais do Nordeste.
A princípio, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente em parceria entre o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e a Conab (Central Nacional de Abastecimento), revelou que o custo do conjunto de alimentos básicos caiu em 24 das 27 capitais do país em agosto.
Nordeste tem as maiores quedas do preço da cesta básica
A região Nordeste foi palco das reduções mais significativas no país. A tabela abaixo mostra o desempenho das cinco capitais nordestinas que lideraram essa queda:
Capital | Variação em Agosto (vs. Julho) | Preço da Cesta (Agosto) |
---|---|---|
Maceió | -4,10% | R$ 596,23 |
Recife | -4,02% | R$ 681,92* |
João Pessoa | -4,00% | R$ 622,00* |
Natal | -3,73% | R$ 622,00 |
São Luís | -3,06% | R$ 659,19* |
*Valores estimados com base na média regional e no contexto das demais capitais. |
Como mostra os dados, Maceió liderou a queda nacional, seguida de perto por Recife e João Pessoa. Natal e São Luís também aparecem com reduções expressivas, superando a marca de 3%.
O cenário nacional
Enquanto o Nordeste comemora a queda, a pesquisa também mapeou onde a cesta básica pesa mais e menos no bolso do brasileiro. Em agosto, a capital com o custo mais baixo foi Aracaju (SE), onde a cesta básica saiu por R$ 558,16.
Já o outro extremo do ranking ficou com as capitais do Sudeste e Sul:
- 1º Lugar (Mais Cara): São Paulo (R$ 850,84)
- 2º Lugar: Florianópolis (R$ 823,11)
- 3º Lugar: Porto Alegre (R$ 811,14)
- 4º Lugar: Rio de Janeiro (R$ 801,34)
O que está por trás dessa queda?
Para especialistas e representantes do governo, a queda generalizada não é por acaso. O presidente da Conab, Edegar Preto, atribui o resultado ao sucesso das políticas públicas federais.
“Essa notícia mostra o acerto das políticas públicas do Governo do Brasil quando optou em incentivar especialmente a produção de alimentos para o nosso mercado interno. E está aí o resultado, que é extraordinário. Baixou o preço do arroz, baixou o preço do feijão, baixou o preço da carne, baixou o preço do café. E isso mostra que nós estamos no caminho certo”, destacou.
A economista do Dieese, Patrícia Costa, corrobora a visão, afirmando que “os preços dos alimentos responderam bem às recentes ações implementadas pelo Governo do Brasil”.
Uma tendência de alívio no ano
Apesar de altas pontuais em meses anteriores, a tendência de alívio para o consumidor também pode ser observada ao longo do ano. Goiânia, por exemplo, apresentou uma cesta 1,85% mais barata em agosto se comparada ao preço de janeiro. Brasília e Vitória também fecharam o período com leve deflação.

Um sinal de esperança
Assim, a queda no preço da cesta básica, especialmente em regiões historicamente mais sensíveis às variações de custo de vida como o Nordeste, é mais do que um dado estatístico. Ela representa alívio concreto no orçamento familiar, maior acesso a alimentos e um sinal de que as políticas de abastecimento e segurança alimentar podem estar surtindo efeito.
Embora o valor ainda seja alto para muitas famílias, a trajetória de baixa é um passo importante na direção certa. Todos torcem para que setembro continue trazendo mais boas notícias para a mesa do brasileiro.
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