O investimento será para linhas de transmissão distribuírem energia eólica e solar do Nordeste para o restante do país
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Ministério de Minas e Energia (MME) estão prevendo investimentos de cerca de R$ 50 bilhões em linhas de transmissão para fornecimento de energia do Nordeste para o restante do país nos anos futuros. O sistema servirá excepcionalmente às produções eólicas e solares que possuem recursos em tarifas que são custeados por todos os consumidores.
De acordo com dados divulgados pelo Poder360 em 27 de abril, as estimativas, que possuem como parâmetro o ano de 2030, referem-se à soma dos estudos divulgados pela EPE até agora, os quais são Estudo de Escoamento de Geração da Região Nordeste e o Estudo de Expansão das Interligações Regionais.
Dados levantados pelo Poder360 mostram que os subsídios para a energia renovável são pagos pelos consumidores por meio de encargos nas tarifas de conta de energia. Só nos anos de 2017 a 2019 os custos totalizaram cerca de R$ 9,2 bilhões.
O resultado da cobrança desses encargos foi um crescimento exponencial, principalmente, da fonte solar. Segundo mostram dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) a fonte vem avançando grandemente nos últimos anos.
Falta de planejamento atingem setores elétricos
Ainda falando de fonte de energia renovável, uma divulgação de estudos mostra que o governo permanece em uma política falha para o setor elétrico onde o foco está na produção de fontes renováveis intermitentes, em vez de prezarem por uma segurança energética utilizando fontes renováveis perenes, como o gás natural. Segundo dados, o Plano Decenal de Energia 2031 prioriza linhas de transmissão em vez de gasodutos, porém enquanto se projeta uma expansão de 19% para as linhas de transmissão a infraestrutura de gasodutos deve avançar apenas 2%. Logo, o cenário previsto mantém a decadência da introdução de gasodutos no Brasil o que faz com que a infraestrutura brasileira de gasodutos seja a menos desenvolvida entre os países da América.
Diante do cenário de não utilização de fontes renováveis perenes, o Brasil, em 2021, passou pela pior crise hídrica nos últimos 91 anos. Com os volumes de reservatórios das usinas hidrelétricas, as fontes eólica e solar atenderem ao SIN (Sistema Interligado Nacional) nos horários de pico. Outrossim, o país teve que recorrer ao uso das termelétricas com custos altíssimos, acima de R$ 2.500/MWh.
FONTE: Click Petroleo e Gás // Texto: Roberta Souza