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Nordeste puxa aprovação do governo Lula

Os números da política nacional ganharam novos contornos nesta quarta-feira (20). A segunda pesquisa Genial/Quaest consecutiva a mostrar melhora nos índices do presidente Lula revela não apenas uma mudança de ventos. Contudo, o Nordeste quem ...
Redação, da Agência NE9
20 de agosto de 2025 - às 11:20
Atualizado 20 de agosto de 2025 - às 11:20
4 min de leitura
Lula no Nordeste
O presidente é nordestino e tem uma identificação gigante com região. Foto: © Ricardo Stuckert | PR

Os números da política nacional ganharam novos contornos nesta quarta-feira (20). A segunda pesquisa Genial/Quaest consecutiva a mostrar melhora nos índices do presidente Lula revela não apenas uma mudança de ventos. Contudo, o Nordeste quem puxa o crescimento dessa aprovação.

De acordo com o levantamento, a aprovação geral do trabalho presidencial subiu de 43% para 46%, enquanto a desaprovação, ainda majoritária, recuou para 51%. Por trás desses percentuais nacionais, um mapa detalhado mostra que a recuperação de Lula tem endereço, idade e programa social bem definidos.

O mapa da aprovação: O Nordeste como fortaleza inabalável

Se há uma região que continua sendo a âncora do governo Lula, é o Nordeste. Os números são impressionantes e decisivos para a média nacional:

  • Aprovação de 60% (a maior do ano na região)
  • Desaprovação de 37%

A princípio, o Nordeste não apenas aprova mais do que desaprova o presidente, como foi o motor dessa recuperação, com um salto de 7 pontos percentuais em um mês. Enquanto outras regiões como Sul e Sudeste ainda mostram desaprovação majoritária (61% e 55%, respectivamente), o Nordeste se consolida como um bloco coeso de apoio, demonstrando a força da conexão petista com seus eleitores históricos.

Quem está aprovando mais?

Assim, dois grupos específicos foram cruciais para puxar a alta na aprovação:

  1. Beneficiários do Bolsa Família: Após uma queda preocupante, que levou a aprovação neste grupo a apenas 50% em julho, o governo recuperou terreno. Agora, 60% dos que recebem o benefício aprovam a gestão Lula. O programa social mostra, mais uma vez, ser um eixo central na relação do PT com sua base.
  2. Eleitores com 60 anos ou mais: Esse grupo saiu de um empate técnico (48% a 46%) para uma vantagem clara de 55% de aprovação contra 42% de desaprovação. A popularidade entre os idosos é um trunfo valioso, representando um eleitorado tradicionalmente fiel e que vota com consistência.

Por que Lula está se recuperando?

Felipe Nunes, CEO da Quaest, aponta para uma combinação inteligente de fatores econômicos e políticos que explicam o movimento:

  • Alívio na Percepção Inflacionária: O fantasma dos preços altos, especialmente dos alimentos, parece estar amenizando. O percentual de pessoas que acredita que os preços caíram subiu de 8% para 18%, enquanto a sensação de que estão subindo caiu drasticamente, de 76% para 60%. É um alívio no bolso que se transforma em capital político.
  • Postura Firme no “Tarifaço”: A reação de Lula às tarifas impostas por Donald Trump aos produtos brasileiros foi vista como uma defesa dos interesses nacionais. Quase metade dos eleitores (48%) enxerga Lula e o PT como os que estão agindo corretamente na crise, contra 28% que citam Bolsonaro e aliados. A imagem de um líder que enfrenta desafios externos ressoa bem com o eleitorado.
lula e governadores do nordeste
Lula mantém constante diálogo com todos os governadores do Nordeste.

Os Desafios Permanecem

Apesar da melhora, é crucial não ignorar os desafios. A desaprovação de 51% ainda é maior que a aprovação, indicando um país profundamente dividido. A avaliação negativa do governo (39%) também ainda supera a positiva (31%).

Ao mesmo tempo, a recuperação é real, mas frágil. Ela está ancorada em fatores voláteis (como a percepção de preços) e em uma base de apoio já tradicional. O grande desafio do governo será conquistar o eleitorado do centro que ainda resiste, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, para transformar essa recuperação em uma tendência consolidada de crescimento.

Uma coisa é certa: a política brasileira em 2025 continua tão dinâmica e polarizada quanto sempre, e cada ponto percentual será disputado com unhas e dentes.