A chikungunya é uma doença causada por um vírus que é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue e o zika vírus. A doença provoca febre, dor nas articulações, dor de cabeça e pode deixar sequelas crônicas. No Brasil, a doença chegou há dez anos e já afetou mais de 1,1 milhão de pessoas, causando 909 mortes.
Contudo, há uma boa notícia: a primeira vacina contra chikungunya foi aprovada nos Estados Unidos e pode chegar ao Brasil e à região Nordeste ainda em 2024. A vacina, chamada Ixchiq, é de dose única e contém uma versão viva e enfraquecida do vírus chikungunya. A princípio, a indicação da vacina é para pessoas com 18 anos ou mais que morem em regiões expostas ao vírus.
Quem desenvolveu a vacina contra chikungunya?
A vacina é criação do grupo Vanlneva, uma produtora de vacinas da Áustria, em parceria com o Instituto Butantan, um dos maiores centros de pesquisa biomédica do mundo, localizado em São Paulo. O Butantan informou que deve submeter à Anvisa, a agência regulatória brasileira, um pedido de aprovação no primeiro semestre de 2024.
Ao mesmo tempo, a vacina já passou por testes clínicos em humanos, que mostraram que ela é segura e eficaz. Segundo um estudo publicado na revista The Lancet, a vacina induziu anticorpos em 98,9% dos participantes da pesquisa. Além disso, a vacina não causou efeitos colaterais graves.
“É uma ótima notícia para todos. Estamos cada vez mais próximos de oferecer uma vacina contra chikungunya para a população. O Butantan tem muito orgulho de participar ativamente deste processo de desenvolvimento”, disse Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan.
Vacina é arma para combater doenças
A vacina pode ser uma arma importante para combater a chikungunya. Para se ser ideia, somente neste ano, até meados do primeiro semestre, ocorreram 53 mil casos prováveis da doença, um aumento de 98% em relação ao mesmo período do ano passado.
A prevenção da chikungunya depende do controle do mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em água parada. Por isso, é importante eliminar os possíveis criadouros do mosquito, como pneus, garrafas, vasos de plantas e caixas d’água. Use repelente e roupas que cubram a pele.
Como tratar a chikungunya enquanto a vacina não vem?
Se você tiver sintomas de chikungunya, procure um médico e não se automedique. O tratamento é com medicamentos para aliviar a febre e a dor. Contudo, nem todo remédio é eficaz.
A vacina contra chikungunya é uma esperança para milhões de pessoas que sofrem com essa doença. Com a vacina, poderemos reduzir os casos, as complicações e as mortes causadas pelo vírus.
A tabela abaixo mostra o registro de casos da doença no Nordeste.
Estado | Casos prováveis de chikungunya em 2022 |
---|---|
Ceará | 16.484 |
Alagoas | 8.507 |
Piauí | 6.583 |
Paraíba | 4.431 |
Pernambuco | 3.892 |
Bahia | 2.947 |
Rio Grande do Norte | 2.260 |
Sergipe | 1.270 |
Maranhão | 1.122 |