O Nordeste brasileiro alcançou em 2024 a marca de cerca de R$ 11 bilhões em produção de minerais críticos e estratégicos, de acordo com levantamento do Banco do Nordeste (BNB) por meio do seu Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (ETENE).
A princípio, esses minerais — como níquel, cobre, silício, titânio e vanádio — são essenciais para a produção de baterias de íon-lítio, turbinas eólicas, painéis solares e outros equipamentos de tecnologia de ponta.

Panorama atual
- Ao mesmo tempo, a produção da indústria extrativa de minerais críticos e estratégicos no Nordeste em 2024 atingiu R$ 11 bilhões.
- Entre 2019 e 2023 foram investidos aproximadamente R$ 1,8 bilhões em pesquisas de minerais críticos na área de atuação do BNB (Nordeste + Norte de MG/ES).
- O estudo destaca que a região já participa com parcela relevante da produção nacional, especialmente para minerais como o titânio, vanádio e tungstênio.
Potencial em expansão
Além dos minerais já explorados, o Nordeste possui potencial para a exploração de recursos como terras raras, platina, grafita, manganês e bauxita — insumos cada vez mais valorizados em cadeias de tecnologia limpa e mobilidade elétrica.
O que a região tem de vantagem
- Geologia favorável: grandes jazidas no semiárido e rompimento recente de barreiras de pesquisa local abrem oportunidades.
- Demanda global crescente: o uso de minerais críticos cresce com a transição energética. Por exemplo, o consumo de lítio subiu quase 30% em 2024 e o de níquel, grafita e terras raras entre 6% a 8%.
- Infraestrutura em fortalecimento: portos, rodovias e polos industriais no Nordeste estão sendo modernizados para atendimento à mineração.
Desafios a superar
Apesar do forte potencial, alguns obstáculos ainda limitam a trajetória:
- Licenciamento ambiental e adequação regulatória persistem como gargalos.
- Necessidade de maior valor agregado localmente — muitos recursos são exportados sem beneficiamento.
- Infraestrutura logística em algumas regiões ainda precária, o que eleva custos de produção.
Impacto para a economia nordestina
Assim, a ampliação da produção e pesquisa em minerais críticos pode gerar:
- Mais empregos qualificados na mineração, beneficiamento e tecnologia
- Maior arrecadação estadual e fortalecimento de cadeias produtivas locais
- Desenvolvimento regional do semiárido, criando alternativas econômicas além da agricultura tradicional
- Posicionamento global da região como fornecedora de insumos vitais para a tecnologia e transição energética
Panorama para os próximos anos
Em suma, se bem aproveitado, o Nordeste pode evoluir de mero provedor de matéria-prima para hub tecnológico e industrial integrado. Desse modo, a junção entre recursos minerais estratégicos, investimento em pesquisa e desenvolvimento local e políticas públicas adequadas cria uma rota de crescimento sustentável e de alto valor agregado.
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