Região tem seis dos 10 estados com menores índices
A desigualdade salarial entre homens e mulheres continua a ser uma questão central no Brasil. Contudo, o Nordeste está à frente na busca por maior equidade.
As informações do 2º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, dos Ministérios do Trabalho e Emprego e das Mulheres dão conta de que seis dos dez estados brasileiros com menores índices são da região.
Esse dado reforça o papel de liderança do Nordeste na promoção da igualdade de gênero no mercado de trabalho. Na região, o Ceará lidera, com uma diferença de 9,7%, a segunda menor diferença do Brasil. Na sequência vem Pernambuco, com 9,9%.
Alagoas aparece com 10,7%. O Piauí apresenta um índice de 12,6%, enquanto a Paraíba registra 15,4% e o Maranhão, 15,7%.
Índices de Desigualdade Salarial por estado brasileiro
Estado | Índice de Desigualdade Salarial (%) |
---|---|
Acre | 9,7 |
Ceará | 9,7 |
Pernambuco | 9,9 |
Alagoas | 10,7 |
Distrito Federal | 11,1 |
Amapá | 12,3 |
Piauí | 12,6 |
Pará | 15,6 |
Paraíba | 15,4 |
Maranhão | 15,7 |
Sergipe | 16,0 |
Tocantins | 18,7 |
Roraima | 18,7 |
Bahia | 19,7 |
Rio Grande do Norte | 19,5 |
Amazonas | 20,5 |
Rio Grande do Sul | 20,8 |
Rondônia | 21,5 |
São Paulo | 21,6 |
Goiás | 22,7 |
Mato Grosso do Sul | 27,1 |
Rio de Janeiro | 27,3 |
Mato Grosso | 27,7 |
Santa Catarina | 28,3 |
Paraná | 29,1 |
Espírito Santo | 29,2 |
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Estados como Espírito Santo e Paraná apresentam as maiores disparidades, com mulheres ganhando cerca de 29% menos que os homens. Em Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro, as diferenças salariais também são marcantes, com mulheres ganhando entre 27% e 28% a menos que os homens.
Média salarial dos brasileiros
Segundo o levantamento, a média salarial nacional é de R$ 4.125,77, com um salário contratual médio de R$ 2.025,27. A pesquisa considerou mais de 18 milhões de vínculos formais em 2023, com uma massa salarial total de R$ 782,99 bilhões. No entanto, as diferenças salariais continuam a ser expressivas quando analisadas por gênero e raça.
Mulheres negras são as mais afetadas pela disparidade salarial. Elas recebem, em média, R$ 2.745,26 — apenas 50,2% do salário de homens não negros, que chega a R$ 5.464,29. A discrepância entre mulheres negras e homens não negros é de R$ 1.149,36.
De acordo com Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas e Estudos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), as mulheres negras estão concentradas em empregos com baixos salários, como serviços domésticos e de limpeza, o que contribui para essa grande desigualdade.
Distrito Federal: salário acima da média nacional
No Distrito Federal, a média salarial é superior à média nacional, chegando a R$ 5.735,13. Ainda assim, a diferença salarial entre mulheres negras (R$ 4.205,60) e homens não negros (R$ 7.546,13) permanece significativa, com uma desigualdade de 11,1%.
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Apesar dos avanços, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer para alcançar a equidade salarial de gênero e raça. O Nordeste, com seus avanços, mostra que políticas públicas e iniciativas voltadas para a inclusão podem fazer a diferença na redução dessas desigualdades estruturais.
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