Apesar de não ser uma exclusividade nordestina, foi no Nordeste do Brasil que a rapadura encontrou as condições ideais para se tornar parte inseparável da cultura, da economia e da memória afetiva do povo. Portanto, com clima favorável, produção de cana-de-açúcar e técnicas artesanais transmitidas por gerações, a região, segundo dados da Embrapa é hoje a maior produtora de rapadura do país, tendo o Ceará como seu maior destaque.
Região abriga os maiores polos produtores e a maior rapadura do mundo, em Pindoretama

Feita a partir do caldo da cana-de-açúcar, que é fervido até formar uma massa espessa e depois moldado em formas rústicas, o doce ganhou status de símbolo cultural do sertão. Ao longo do tempo, a rapadura deixou de ser apenas um alimento energético e se consolidou como patrimônio gastronômico nordestino, presente em feiras, mercados populares e em festivais culturais.
Além disso, o produto também tem apelo turístico e econômico: muitos municípios da região estruturaram cooperativas e pequenas agroindústrias que geram renda para milhares de famílias. consequentemente, no interior do Nordeste, é comum encontrar engenhos artesanais que mantêm viva a tradição secular da fabricação da rapadura.
Ceará: destaque na produção nacional
Entre os estados nordestinos, o Ceará lidera a produção de rapadura, sendo referência na cadeia produtiva com centenas de pequenos produtores distribuídos pelo interior. A cidade de Pindoretama, na Região Metropolitana de Fortaleza, é considerada a capital da rapadura cearense — e ostenta um recorde mundial para comprovar esse título.
Em 2022, Pindoretama entrou para o RankBrasil – Recordes Brasileiros ao produzir a maior rapadura do mundo: um bloco de 9.820 kg, com 4,16 metros de comprimento, 2,10 metros de largura e 0,90 metro de altura. A iniciativa envolveu dezenas de produtores e foi celebrada como uma conquista coletiva da cidade, que preserva com orgulho sua vocação doceira.
Santa Cruz da Baixa Verde: orgulho de Pernambuco
Outro município nordestino que se destaca na produção de rapadura é Santa Cruz da Baixa Verde, no Sertão do Pajeú, em Pernambuco. Conhecida como a “Terra da Rapadura”, a cidade tem tradição centenária na atividade e promove anualmente a Festa da Rapadura, que celebra os agricultores, produtores artesanais e as famílias que mantêm viva essa herança cultural.
Assim, Santa Cruz da Baixa Verde é responsável por parte significativa da produção de rapadura em Pernambuco, abrigando diversos engenhos ativos e cooperativas locais. Assim, o município investe em qualificação, organização da produção e ações de incentivo ao turismo rural, tornando a rapadura não apenas um produto agrícola, mas também um vetor de identidade e desenvolvimento regional.
Destaques da Produção de Rapadura no Nordeste

Estado | Município Destaque | Curiosidade | Produção |
---|---|---|---|
Ceará | Pindoretama e Aquiraz | Maior rapadura do mundo com 9.820 kg e Museu da rapadura | Alta |
Pernambuco | Santa Cruz da Baixa Verde | Conhecida como “Terra da Rapadura” | Alta |
Rio Grande do Norte | Ceará-Mirim, Macaíba, entre outros | Tradicional nos engenhos do interior | Média |
Paraíba | Areia, Alagoa Grande | Integra o circuito turístico-cultural da cana | Média |
Alagoas | Marechal Deodoro, União dos Palmares | Rapadura presente na culinária típica | Média |
Rapadura: mais que um doce, um símbolo do Nordeste
Portanto, a força da rapadura no Nordeste vai além da economia. Ela representa resiliência, criatividade rural e orgulho cultural. De um lado, engenhos tradicionais mantêm a produção viva; do outro, novas gerações redescobrem o valor desse alimento em contextos de alimentação saudável, turismo e gastronomia regional.
Afinal, o Nordeste reafirma seu papel como guardião de tradições brasileiras e continua moldando, com doce firmeza, a história da rapadura no país.
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