A bandeira brasileira carrega uma história rica e repleta de momentos incríveis no automobilismo, com pilotos como Ayrton Senna. Essa paixão aliada ao foco em se tornar um atleta profissional de e-sports é o que motiva Elisio Netto, natural de Arapiraca, no estado de Alagoas.
Após conquistar o vice-campeonato brasileiro de Fórmula Vee em 2018, o alagoano voltou seus olhos para a cena do automobilismo virtual durante a pandemia do coronavírus. Agora, aos 21 anos, foi campeão da categoria GT3 no campeonato multiclasse EEWC, da liga internacional GTR24h. A vitória veio em conjunto com os pilotos Maciej Kasprzyk (Polônia), Alexander Nielsen Secher (Dinamarca), Niels Hoogeveen (Nova Zelândia), Marc Vermeer (Nova Zelândia), Daniel Krasznai (Hungria) e Arda Ercan (Turquia).
“Fiquei muito feliz com o título de equipes na GTR. Se meu chefe de equipe está feliz, eu estou feliz. Porém, ainda estou em busca de uma conquista assim em um campeonato solo”, comenta o representante brasileiro.
“Aprendi a trabalhar sob pressão, as vezes cada décimo faz a diferença. Interlagos foi a única prova na qual meu setup (ajuste do carro) foi decisivo, já tenho maior familiaridade com o circuito”, conclui.
Transição
No ano passado, Elisio participou de uma seletiva para tentar uma vaga na equipe Visceral E-Sports, antiga Volante Racing, e conta que ficou duas posições abaixo da meta estabelecida pelo time, mas posteriormente foi chamado para integrar o line-up.
“Eles decidiram me deixar em ‘stand-by’ e no meio tempo participei de corridas por outra equipe no simulador rFactor2. Comecei a mostrar bons resultados, com performances consistentes e estratégias diferentes para iniciar a transição para um time profissional. No meio da temporada, tivemos um bom resultado em Monza, consegui fazer a melhor volta nessa etapa da Global Endurance Series. Em Portimão, fiz a pole position. A partir desses resultados, consegui a vaga.”
No decorrer da temporada, Netto disputou corridas de longa duração, como as 24 Horas de Le Mans, por exemplo, junto de pilotos de diferentes nacionalidades. Questionado se as diferentes línguas foram uma barreira, o piloto comenta que se comunicou com o inglês básico que possui. “Todo mundo sabe um pouco de inglês hoje, não necessariamente você precisa de um curso da língua para se virar. As conversas só são um pouco mais difíceis com aqueles parceiros da equipe que sabem falar melhor alemão”.
Fonte: TV Cultura