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Nordeste avança projeto de ferrovia para ligar o oceano Atlântico ao Pacífico

O Nordeste acaba de dar um salto monumental na Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) que vai ligar os oceanos Atlântico e pacífico.
Redação, da Agência NE9
5 de setembro de 2025 - às 08:59
Atualizado 5 de setembro de 2025 - às 08:59
3 min de leitura
A ferrovia Transnordestina faz parte do eixo ferroviário para ligar os dois oceanos.

Imagine embarcar uma carga de grãos no interior da Bahia, Maranhão e Piauí e, por trilhos, cruzar o Brasil até o Peru, de onde ela segue de navio para a Ásia pelo Oceano Pacífico. A princípio, esse cenário parece roteiro de filme. Contudo, está um passo mais perto da realidade. Isto porque o Nordeste acaba de dar um salto monumental em um dos projetos de infraestrutura mais estratégicos das últimas décadas: a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL).

Na última quinta-feira (4), a Infra S.A., empresa pública federal, publicou o edital para as obras de um trecho crucial de 35,75 quilômetros entre os municípios baianos de Guanambi e Caetité. Ao mesmo tempo, com um investimento estimado de R$ 507,1 milhões, este lote de obras é a prova de que o projeto saiu definitivamente do papel e está com orçamento garantido para avançar.

Mais que uma ferrovia: A chave para escoamento do Nordeste

A FIOL não é uma ferrovia qualquer. Ela é classificada como uma das ferrovias estruturantes do país. Seu principal papel é escoar a produção agrícola do chamado MATOPIBA – a fronteira agrícola que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Hoje, escoar essa produção é um desafio logístico caro e complexo. A FIOL II promete ser um divisor de águas, reduzindo drasticamente os custos de transporte e aumentando a competitividade internacional de produtos como soja, milho e algodão. Como destacou Jorge Bastos, diretor-presidente da Infra S.A., o objetivo é entregar uma “infraestrutura moderna, eficiente e essencial para o desenvolvimento sustentável do Brasil”.

O Sonho bioceânico: Do Atlântico ao Pacífico por trilhos

Aqui é onde o projeto ganha escala continental. A verdadeira ambição da FIOL é se conectar com a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO), em Mara Rosa (GO). Juntas, elas formarão um corredor bioceânico inédito.

Isso significa criar uma rota contínua de trem que ligará:

  • O Porto de Ilhéus (BA), no Oceano Atlântico, ao
  • Porto de Chancay, no Peru, no Oceano Pacífico.

Assim, essa rota abre um eixo comercial direto com os países andinos e, o mais importante, cria uma porta de entrada muito mais rápida e barata para o mercado asiático, fugindo da rota tradicional pelo Atlântico e Canal do Panamá.

Detalhes do Edital em Andamento

Em suma, para entender o momento atual do projeto, a tabela abaixo resume os dados-chave do edital recente:

ItemDetalhamento
Trecho em LicitaçãoLote 05FC (Guanambi a Caetité)
Extensão do Trecho35,75 km
Investimento EstimadoR$ 507,1 milhões
EscopoConstrução do trecho e elaboração de projetos de engenharia
Critério de LicitaçãoMenor Preço
PlatformaLicitações-e (Banco do Brasil)
StatusEdital publicado em 04/09/2025

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O que Esperar do Futuro?

O avanço deste edital é um sinal claro de compromisso do Governo Federal com a conclusão da FIOL II, que está prevista no Plano Plurianual (PPA) 2024/2027. Mais do que uma ferrovia, este projeto é sobre conectar o Brasil aos mercados globais por uma nova perspectiva, com o Nordeste como peça central desse tabuleiro logístico.

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