O Nordeste está ajudando o Brasil a bater o recorde de exportação de ovos. Mesmo com as discussões sobre alta nos preços e escassez do produto no mercado interno, as exportações brasileiras somaram quase 12 mil toneladas entre janeiro e maio deste ano, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
O volume é 93,1% maior que o registrado nos primeiros cinco meses de 2022 (6,187 mil toneladas) e já supera todo o exportado no ano passado (9,474 mil toneladas).
De acordo com a ABPA, os principais destinos do ovo brasileiro foram Japão e Taiwan, que, juntos, respondem por mais de 70% do total embarcado nos cinco primeiros meses de 2023. De janeiro a maio, os japoneses importaram 4,980 mil toneladas. O volume do mesmo período em 2022 foi de 386 toneladas. Os taiwaneses compraram 3,594 mil toneladas.
Como é a produção de ovos no Nordeste?
Apesar de não ter até o momento o recorte da produção de ovos no Nordeste neste primeiro semestre, a região tem grande potencial para o setor.
Segundo dados do último levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Nordeste produziu 1,8 bilhão de dúzias de ovos em 2020, o que representa 14,5% da produção nacional.
Pernambuco é o principal produtor na região e o sétimo no país, com 413 milhões de dúzias de ovos, seguido pelo Ceará, com 410 milhões.
A produção de ovos no Nordeste tem crescido nos últimos anos, impulsionada pela demanda interna e externa. O consumo per capita de ovos no Brasil aumentou de 212 unidades em 2019 para 250 unidades em 2020, superando a média mundial de 230 unidades. Os ovos são considerados uma fonte de proteína de alto valor biológico, barata e saudável, além de terem benefícios para a imunidade, o que ganhou destaque durante a pandemia da Covid-19.
Além disso, o Nordeste tem se destacado nas exportações de ovos, principalmente para países africanos e asiáticos. Em 2020, o Nordeste exportou 1.053 toneladas de ovos, o que gerou uma receita de US$ 1,3 milhão. O principal destino foi Angola, que recebeu 60% do volume exportado. Pernambuco foi o maior exportador na região, com 573 toneladas e US$ 713 mil em receita.