Os trajes cheios de cores, os passos meticulosamente ensaiados e a sincronia dos casais foram algumas das características das quadrilhas juninas que se apresentaram na praça General Valadão, na noite desta quinta-feira, 14, na abertura de mais uma semana de programação da Maratona Cultural. As primeiras apresentações marcaram a estreia do projeto ‘Noite das Quadrilhas’, com grupos juninos tradicionais que foram contemplados pela Lei Aldir Blanc e não puderam apresentar seus trabalhos no período junino, em decorrência da gravidade da crise sanitária, na época.
As quadrilhas juninas Xodó da Vila Mirim, Cacimba Nova e Assum Preto foram as responsáveis por transformar a praça General Valadão num espaço junino, relembrando as noites de São João, que desde o início da pandemia, não puderam ser festejadas como deveriam. O resultado foi uma noite de bastante emoção para os quadrilheiros que há dois anos não conseguiam apresentar a sua arte.
Agora, com o avanço da imunização e consequente queda de casos da doença, a Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), tem promovido o retorno das atividades culturais com segurança e priorizando espaços abertos, como a área em frente ao Centro Cultural.
Para o representante da Quadrilha Assum Preto, com 32 anos de trajetória, essa noite ficará marcada na história. “2020 foi o nosso primeiro ano sem festejos. Aí chegou 2021, também sem quadrilha. Nós já estávamos bastante desanimados. E hoje, depois de tanta dificuldade, nós tivemos essa homenagem às quadrilhas juninas. O São João de 2021 foi isso aqui. Graças a Deus, todos estão sendo vacinados e, no ano que vem, com muita fé, teremos o nosso São João”, afirma, emocionado, o marcador e presidente da Assum Preto, Cleudo Albuquerque.
Sob o encantador jogo de luzes do Centro Cultural, a noite continuou com o espetáculo teatral ‘De Canoa e de Rede’, com o ator Ivo Adnil. No espaço ao lado, a exposição ‘Antes Arte do que Tarde’, da curadora Jade Moraes, em homenagem ao pai Joubert Moraes, ganhava suas primeiras dezenas de visitantes.
“Aqui, eu consegui reunir obras dos 55 anos de carreira do meu pai, obras que representam todas essas décadas. Temos o primeiro quadro dele, ainda novinho, do ano de 68. Tem a obra da Praia do Abaís, que faz parte do Centro Cultural. Então, a gente conta toda essa trajetória, através de 15 telas e cinco esculturas. Meu pai, em sua vida inteira, viveu de arte, nunca teve outra profissão”, detalha Jade, ao lado do pai e ídolo, Joubert Moraes. A exposição segue até o dia 30, com acesso gratuito para a população, na galeria do Centro Cultural.
Para encerrar a programação cultural da noite, a banda Pífano de Pife se apresentou pelo Quinta Instrumental. O projeto segue mantendo a sua constância desde o retorno das atividades culturais, para a felicidade do maestro e percussionista, Pedrinho Mendonça. “Muito importante esse convite da Funcaju. Quero, aqui, agradecer mais uma vez pela atenção, carinho e esse toque de distribuir a arte para o público nessas Quintas Instrumentais, que vem mantendo artistas aqui na praça. Estou muito satisfeito e tenho imenso prazer de estar com esse público nessa festa, que é tão importante para nossa cultura”, enaltece.
FONTE: IMPRENSA ARACAJU