O Museu do Homem do Nordeste (Muhne) ingressou no Google Arts & Culture. Isso significa que a instituição sediada no Recife pode ser visitada em qualquer lugar do mundo. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e o sistema virtual do Google.
“O objetivo é ampliar a parceria e diálogo com o Google Arts & Culture, utilizar as ferramentas que a plataforma oferece e disponibilizar o acervo da Fundação Joaquim Nabuco para um público global. A coleção diversificada e afetiva do Museu do Homem do Nordeste foi escolhida para inaugurar a parceria, mas a Fundaj também detém um importante acervo de fotografias e pinturas que pode ser compartilhado, que dialogam e complementam as coleções de organizações culturais do Brasil e do mundo presentes no Google Arts & Culture”, explica ao Monitor Mercantil o presidente da Fundação, Antônio Campos.
“Além disso, a Fundaj também possui profissionais capacitados em pesquisa, documentação, curadoria, digitalização e realidade virtual, atividades que guardam forte sinergia com as tecnologias e iniciativas do Google”, complementa Campos. Para acessar é só ir em artsandculture.google.com/partner/museu-do-homem-do-nordeste
Inicialmente, serão disponibilizados a exposição Vitalino, sobre o mestre artesão do barro (1909–1963), montada especialmente para a estreia, e 565 itens do acervo da Fundaj. “Vivemos a Era da Ubiquidade, e o Nordeste também está em toda parte. O Museu do Homem do Nordeste tem mais de 16 mil peças em seu acervo. Começaremos com esses 563 itens e seguiremos atualizando em consonância com o Google Arts & Culture”, celebra o presidente da Fundaj.
Aplicativo
Disponível para desktop, iOS e Android, o Google Arts & Culture conta atualmente com mais de 2 mil parceiros em 80 países. Em funcionamento desde 2011, a plataforma tem como objetivo aumentar a presença online de organizações culturais. Cria ferramentas e tecnologias gratuitas para mostrar e compartilhar histórias de arte e cultura com um público online global. A plataforma é imersiva e possibilita explorar arte, história e maravilhas culturais ao redor do mundo, desde as pinturas no quarto do Van Gogh, à cela de prisão do Nelson Mandela.
A visita virtual permite acessar as coleções por estados, da Bahia ao Maranhão, ou material utilizado para a confecção das peças, como borracha, cera, couro, gesso, porcelana e tecido. São objetos como a calunga Dona Joventina, do Maracatu Estrela Brilhante. Talhada em madeira há 112 anos pelas mãos de um santeiro desconhecido, a história da calunga é repleta de disputas, controvérsias e muito mistério.
A exposição da Coleção Vitalino, do Muhne, traz um recorte das peças do Mestre Vitalino que evidenciam a cultura do Nordeste do Brasil até meados do século 20. “A exposição dá ênfase a algo que o artista desenvolveu como uma das suas principais características, a de cronista do cotidiano. Vitalino olhou sua realidade e a tomou como tema, narrando e registrando hábitos comuns no seu meio social. Tomou a si próprio como tema muitas vezes”, explica o coordenador de expografia do Muhne, Antônio Montenegro.
Fonte: Da Assessoria